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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Vamos combinar uma coisa!

Por acaso, duas pessoas viajam juntas,
sem terem combinado antes?

Amós 3.3

Então, vamos conversar, pois parece que será longa e difícil essa nossa viajem até o fim deste inverno sócio-político-econômico. O certo é que nada será como antes, com muita chance de ser muito melhor, se caminharmos todos juntos.

A via será sobretudo política, em seu sentido amplo. Muitos gostariam de recomeçar do zero; descartar o que foi conquistado até aqui; e inventar tudo de novo. Mas estes acenam com algo que não chega nem aos pés do que já temos. Quem veio antes de nós, a duras penas, preparou o terreno como pode, armazenou as sementes que conseguiu, bem como outros elementos necessários para uma boa safra. Como cidadãos, cabe-nos neste momento especial fazer o reconhecimento do terreno onde chegamos, avaliarmos o que herdamos, para introduzir as devidas melhorias.

Fala-se muito de nossa Constituição Cidadã, de 1988. Sem dúvida, é incomparavelmente melhor do que todas que tivemos anteriormente; e nenhuma serviu por tanto tempo. Mas esta também não nasceu do nada: seus principais elementos já estavam presentes na primeira constituição republicana, embora, reconheçamos, nunca devidamente observados na chamada República Velha, e só consolidados a partir da conturbada era Vargas, tendo sobrevivido inclusive ao tenebroso regime militar.

Os instruídos que se propoem a nos orientar politicamente costumam utilizar categorias como esquerda, direita, socialismo, comunismo, nazi-fascismo e outras mais, que deixaram profundas marcas em outros países, mas que só de raspão passaram entre nós. É como instruir sobre consumo de combustível falando em galões e milhas; ninguém entende nada. A ideologia que moldou nossas instituições e práticas políticas chama-se mesmo positivismo (!?), cuja versão brasileira acabou sendo batizada de trabalhismo. E não adianta buscar paralelos fora, pois ela vingou mesmo só entre nós, constituindo mais um elemento que faz do Brasil um povo único.

Nossos líderes, políticos e intelectuais, fazem questão de ignorar o positivismo como pano de fundo para entender nossa realidade. Parecem assim meio perdidos, falam em esquerda e direita mas não sabem bem em que direção se localizam no nosso espaço. Enquanto isso, os que não se importam de ocupar o centro vão fazendo a festa.

Mas o povo, a "plebe maldita", conhece essa ideologia muito bem, na prática, pelos seus frutos. Qual o brasileiro que não carrega as marcas, alegres ou dolorosas, das nossas instituições eleitorais, nossas leis trabalhistas, nossos sistemas sindical, educacional, de saúde...? Está em melhores condições no momento de apontar o rumo a seguir. Vamos ouvi-lo.

Combinado?

Comecemos com Cândido Mariano Rondon, um positivista exemplar a vida toda. A seguir.

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