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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Velhice comum X velhice de cada um

 Envelhecimento 09


Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei:
Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer.
Lucas 17.7

O domínio do tudo-em-comum é regido pelas leis naturais, onde não existem fronteiras rígidas de espécie alguma. Não existe distinção entre o público e o privado, consequentemente: sem separação entre o meu, o teu e o dele. Nenhum sinal que determine a passagem de uma idade para outra. Como ninguém é considerado grande pelo valor do salário que recebe, mas pela magnitude do serviço que realmente presta, as crianças é que ocupam os primeiros lugares: os que vivem para servir permanecem como elas a vida toda. Também não existe um marco para determinar o ingresso na velhice, sendo sabido que o processo de envelhecimento começa a rigor já ao nascer. Todos têm o direito à vida plena.

Separações é uma invenção dos humanos, meio forçada, porque certos territórios são impossíveis de determinar se pertencem a este ou àquele. Sendo de todos e de ninguém, foram declarados espaços públicos e criado o poder público para tomar conta deles, embora não se consiga precisar onde começam e onde terminam. Além disso, os brasileiros e brasileiras tornam-se maiores de idade perante a lei ao completarem exatamente dezoito anos; perdem alguns direitos e ganham deveres. Ao completarem sessenta, são declarados idosos; ganham principalmente direitos e prioridades. Essas leis devem ser obedecidas por todos os cidadãos, que nem sempre o fazem. Embora existam ainda outras dedicadas a convencê-los a fazer, pelo bem e pelo mal; somos testemunhas da ineficácia das mesmas. E é amplamente reconhecido que, mesmo se fossem eficazes, nunca seriam suficientes para suprir os direitos reconhecidos; a desproporção costuma ser infinitamente grande.

O resultado é que, no mundo das separações, cada pessoa vai acumulando desde que nasce mais perdas do que ganhos, e também em proporções diferentes: cada uma carrega isoladamente sua própria velhice. Entretanto, enquanto essas leis, impostas de fora, coercitivas, nem conseguem garantir que cada um cumpra o seu dever, as naturais, escritas no coração, acatadas voluntariamente, que começam exatamente onde o dever acaba, têm o poder de produzir benefícios multiplicados, suficientes para preencher a vida de quem as acata, dos demais necessitados, e também para suprir a falta dos que se omitem.

A vida real

Não nascemos para viver num mundo artificial, inventado pelos homens, cuja leis não conseguem proporcionar vida minimamente decente para todos e cada um. Nascemos num mundo real, a ser regido por suas leis naturais cujas possibilidades vão muito além do que necessitamos, do que esperamos ou que consigamos imaginar para a vida de cada um ou de todos juntos, em todos os tempos e lugares.

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