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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Velhice comum

 Envelhecimento 08

Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas;
e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei;
sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.
Isaías 55.1

Vocês receberam de graça; deem também de graça.
Mateus 10.8

Quando você nasceu, quanto pagou por seu primeiro gole de leite, pelo segundo, pelo terceiro...? Pela roupinha que vestiu? Pelo berço... e tudo o mais, até seu primeiro emprego? Até lá, quanto recebeu por ajudar na cozinha, cuidar do irmãozinho menor, varrer a casa...? Nada, e nada; tudo de graça, pura graça. Você era uma criança, vivia segundo as leis do Reino dos Céus, que ainda teimam em reger algumas relações, naturalmente:

...dos tais é o reino dos céus.
Mateus 19.14 / Marcos 10.14 / Lucas 18.16

Nesse domínio, as palavras dinheiro e preço são desconhecidas. Já neste mundo, sua infância acaba quando encontra alguém disposto a lhe dar um dinheiro pelo que lhe fizer, de acordo com as leis dos reinos deste mundo. Segundo elas, você se tornou produtivo; seu trabalho se tornou uma mercadoria e terá um preço a ser pago conforme suas regras. Assim será também com relação às coisas mais essenciais que necessita para continuar vivendo e trabalhando: comprará seu alimento, suas roupas, sua moradia, suas ferramentas, seus conhecimentos, seus prazeres...

Essas duas palavrinhas fazem parte de uma verdadeira quadrilha de outras semelhantes, estranhas à natureza e nocivas a toda sorte de vida. Para que a humanidade não entre de vez em colapso, costumam ser ignoradas em certas circunstâncias, como no caso da infância e algumas outras. Por exemplo: quanto você pagou para construir a calçada sobre a qual caminha todos os dias, ou a ruas e as estradas por onde dirige? E os prédios onde funcionam sua escola, o hospital a que recorre, a usina que gera a eletricidade que usa...? Do mesmo modo, tudo o que você faz de bom hoje, cobrando ou de graça, beneficiará as próximas gerações, que também não lhe pagarão nada por isso.

Está claro que o trabalho que você realiza gera muito mais benefícios vitais do que pode comprar o salário que recebe, mesmo descontando os inúteis lucros dos que o exploram. Até o que você realiza sem receber pagamento em troca é de uma utilidade imensa, impossível mesmo até de quantificar. Talvez nem tenha ideia de quantas vidas se desgastaram, recebendo pouco ou nada em troca, para você poder contar hoje com os benefícios de que usufrui. 

Mas sabe que qualquer serviço que preste hoje beneficia os que já envelheceram; com certeza beneficiará muito mais os velhos de amanhã, você entre eles, mas age como se nem soubesse que o valor de seu trabalho é muito maior do que alguém esteja disposto a pagar por ele: é igual à grandeza dos benefícios que gera. Sua própria velhice poderá tornar-se bem mais leve e rica se focar algum esforço nessa direção durante a vida toda.

Velhice comum X velhice de cada um

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