Trabalhai,
não pela comida que perece,
mas pela que permanece para a vida
eterna.
- João 6.27
- João 6.27
É
sempre temerário comparar fatos atuais com eventos bíblicos. Mas,
paradoxalmente, a Revelação tem como propósito exatamente lançar
luzes sobre o comportamento humano em todos os tempos. Sendo assim,
temos de correr o risco. Afinal, que adianta se emocionar com as
múltiplas encenações da Paixão sem aprender nada sobre a
Vida?
O povo
que recebeu a alcunha de plebe maldita percebeu que o Reino dos Céus
estava próximo quando sentiu que suas necessidades básicas, cura e
alimento, estavam sendo atendidas gratuitamente através dos milagres
de Jesus. O evangelista João refere-se a esses feitos como sinais,
do Reino. Algo semelhante vem acontecendo entre nós há pouco tempo,
o que pode ser interpretado como a justiça divina alcançando os
marginalizados.
Mas
tais conquistas devem ser vistas, não como um bem em si, e sim como
sinais de algo muito maior. Vai nesse sentido a admoestação do
mestre aos que, alimentados no monte, atravessaram o lago no dia
seguinte simplesmente atrás de mais comida: Trabalhai,
não pela comida que perece, mas pela que permanece para a vida
eterna.
Assim
como na Semana Santa, tais sinais sempre ascendem a esperança dos
pobres e causam grande alvoroço entre certas autoridades, só que o
personagem principal não está mais ao alcance delas. Por isso, em
situações semelhantes, sempre se encontra alguém, necessariamente,
para pegar
pra cristo, como
afirma a sabedoria popular, e entregar à execração pública, por
evidente falta de motivos reais para crucificá-lo.
Cristo
vive! Alegrai-vos!