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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

terça-feira, 22 de setembro de 2020

A outra história

 


Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes 

e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,
nestes últimos dias, nos falou pelo Filho,
a quem constituiu herdeiro de todas as coisas,
pelo qual também fez o universo.

Hebreus 1.1-2

A Torá, em hebraico, ou a Lei de Moisés, foi a primeira forma que tomou o livro da revelação. Posteriormente foram acrescentadas outras coleções, como os escritos históricos, poéticos, proféticos e de sabedoria, formando o Antigo Testamento ou simplesmente as Escrituras, que normatizavam a religião dos judeus. A essa coleção a igreja acrescentou os livros do atual Novo Testamento, formando a Bíblia.

Segundo seu próprio testemunho, mesmo antes de a escrita ser inventada, havia uma intensa comunicação direta entre o criador e suas criaturas. Impossível imaginar em que idioma conversavam, embora os diálogos tenham chegado até nós já traduzidos numa linguagem conhecida. Nem sempre foi muito fácil para o Pai fazer-se entender nos idiomas inventados pelos humanos, tão cheios de armadilhas. Tentou utilizar todo tipo de sinais, teofanias, anjos, sonhos, oradores, sábios, legisladores, mestres, linguistas…

Até que enviou seu próprio Filho, que assim se apresentou:

- Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas.
Um empregado trabalha somente por dinheiro;
ele não é pastor, e as ovelhas não são dele.
Por isso, quando vê um lobo chegando,
ele abandona as ovelhas e foge.
Então o lobo ataca e espalha as ovelhas...
Eu sou o bom pastor.
Assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai,
assim também conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem.

João 10.11-14

Aqui, o livro da revelação remete de novo ao livro da natureza. Os teólogos afirmam que aquele nos ajuda a interpretar este, mas nosso exemplo deixa evidente que o inverso é também verdadeiro, ou talvez até mais. Mesmo um analfabeto que convive com os animais em referência não precisa conhecer as letras o_v_e_l_h_a para saber do que se trata; já o instruído que nunca vira uma vai ao dicionário e se alimenta de mais palavras e apenas repassa o que soube por terceiros. O fato é que os dois livros foram escritos pelo mesmo autor e transmitem a mesma advertência, em duas linguagens distintas, que se explicam e completam mutuamente.

A seguir, tem Mais   o_v_e_l_h_a.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Último grito

Mestre Natureza - Conclusão



Através do conhecimento natural de Deus
nos tornamos sábios, mas não salvos; ...

- Jürgen Moltmann

Constatamos no início desta série de postagens que os transtornos políticos costumam assemelhar-se aos que ocorrem na natureza, como no inverno, por coincidência ou porque os dois fenômenos obedecem com suas especificidades às mesmas leis que regem as coisas criadas em sua totalidade: o mesmo sistema.

Detivemo-nos na sequência a observar como a mestra natureza encarara tais adversidades. Aprendemos como não chegar a situações extremas; quando isso acontece, o único recurso de que ela dispõe é gritar, para aliviar a dor, talvez inibir o agressor ou conseguir algum socorro. E é exatamente neste ponto que nos encontramos: O inv/ferno político que nos assola há cerca de dois anos chegou mesmo a estender-se por quase todo planeta ao mesmo tempo, tomando forma de uma verdadeira epidemia social; à ela veio fundir-se outra inv/fernal epidemia viral, ceifando vidas, transtornando relacionamentos, a economia e praticamente todas as atividades vitais e anunciando sequelas nefastas.

É o caso de fazermos coro com este grito que chegou até os céus e se fez conhecido em todo o planeta:

Alguns anos depois o rei do Egito morreu,
mas os israelitas continuaram gemendo
 por causa da sua escravidão.
Eles gritavam pedindo socorro,
e os seus pedidos chegaram até Deus.
Êxodo 2.23

Então o SENHOR disse:
- Eu tenho visto como o meu povo está sendo maltratado no Egito;
ouvido o seu pedido de socorro por causa dos seus feitores.
Sei o que estão sofrendo.

Êxodo 3.7

Então, uma nova raça, outro povo, mais uma nação, ou simplesmente um componente social distinto começa a ser gerado, o qual recebe esta mensagem séculos mais tarde:

Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei,
a nação completamente dedicada a Deus,
o povo que pertence a ele.
Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus,
que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz.

1ª Pedro 2.9

Mas essa é A outra história, do livro da revelação. A seguir.


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Não é natural


Mestre Natureza 13

Depois o SENHOR Deus plantou um jardim na região do Éden, no Leste, e ali pôs o ser humano que ele havia formado.
Gênesis 2.8
...
O SENHOR Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado.
Gênesis 3.23

Já observamos que algumas áreas do planeta experimentam transtornos naturais bem danosos, como secas, tornados, terremotos, tsunames... enquanto em outras, todas restritas e localizadas, a vida chega mesmo a ser exuberante, como na Amazônia. Quando Deus criou o ser humano, plantou para ele um jardim muito bem localizado, distante dos transtornos naturais necessários para o equilíbrio ecológico do planeta, porém seu comportamento resultou não só em sua expulsão do paraíso, mas o levaria igualmente para regiões inóspitas, a fim de buscar riqueza, ou expulso por seus semelhantes dos jardins férteis até hoje ainda abundantes.
Fenômenos semelhantes ocorrem também nos espaços sociais sobre todo globo terrestre. Embora alegue-se que os transtornos políticos sejam necessários para manter a ordem entre os humanos, são na verdade provocados artificialmente pela retenção exagerada de riqueza por componentes de órgãos responsáveis por facilitar o seu fluxo e garantir que ela alcance os mais pequeninos, nas regiões mais remotas.
Mas a comunidade global ainda respira, graças a uma infinidade de trabalhadores anônimos, pequeninos como a minhoca e seus companheiros na natureza. Driblando as tribulações que vêm do alto, quando os deixam, realizam seu trabalho da melhor maneira possível; e repassam com naturalidade suas migalhas, quando chegam até eles.
Por outro lado, enquanto as áreas onde ocorrem os transtornos naturais danosos sejam bem restritas e localizadas, os abalos nos espaços sociais são muito difusos, de modo que seus componentes, para se proteger, lutam por isolar-se. Acontece com comunidades de nações, com estas, com suas sub-regiões, passando pelas famílias, chegando mesmo aos indivíduos. Seria este o caminho? Certamente, não é natural.

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

É aí que você entra


Mestre Natureza 12
"...uma adequada avaliação nutricional individual evita desequilíbrios na dieta que podem levar a problemas de saúde, tais como deficiências nutricionais específicas ou calórico-proteicas e o excesso de peso ou obesidade. "(Wikipedia)
Tomemos agora o exemplo do corpo humano. Todos seus componentes beneficiados pelo serviço dos maiores que eles também não lhes retornam nada em pagamento, apenas repassam para os menores. Todos concorrem para que haja vida nos mais pequeninos, as células, para que viva o corpo todo, pois são elas na verdade que compoem todos os seus órgãos, de cima e de baixo. Os alimentos e a cura, quando enfermas, são preparados com componentes recebidos da natureza e enviados até elas em forma de sangue através de dutos inicialmente robustos, que vão se afinando, até chegar ao destino por vasos finíssimos, por isso mesmo chamados de capilares. Os órgãos que contribuem para preparar esse sangue, de vários formatos e dimensões, constituídos de células, existem para servir, mas eles mesmos também dependem da boa saúde delas e do perfeito funcionamento desse complexo sistema de irrigação.
O mesmo se pode dizer de todo corpo social, seja uma família, uma empresa, uma igreja, um país,... até à comunidade das nações; seus menores elementos vivos, suas células, chamam-se indivíduos humanos, nós, você e eu. Como já vimos, compomos todos os órgãos maiores, superiores, e os menores, em baixo, de cuja saúde também depende o bem estar de todos e do todo. O fluxo de riqueza em seu sistema equivale ao do sangue nos seres vivos: a carência ou o excesso aqui e ali causam sempre problemas.
Na postagem anterior nos referimos ao enfarto, um acidente bem conhecido que pode perturbar a corrente sanguínea. Grave é também a obesidade, que ocorre quando a quantidade de alimentos não assimilados e armazenados em forma de gordura ultrapassam o nível da necessidade. Semelhante a esta é a hipertrofia muscular, quando os músculos se desenvolvem mais do que é requerido deles pelo corpo, em consequência de exercícios físicos exagerados e ingestão de drogas por motivos estéticos, para alimentar a vaidade, ou simplesmente para bater recordes desumanos, no caso dos atletas competitivos. 
     Nestas duas situações, a massa corporal adquire um volume superior àquele que o sistema está preparado para suprir. Apenas um exemplo: para irrigar os espaços suplementares, a malha sanguínea é estendida por quilômetros, isso mesmo, exigindo do coração um esforço superior ao que fora feito para suportar; os nutrientes, suprimentos e oxigênio não alcançam todos seus destinos na quantidade certa e equilibrada, mesmo que não ocorra um enfarto. Mas também pode ser letal um AVC, que costuma acontecer num dos mínimos vasos capilares.
- Procurarei as ovelhas perdidas, trarei de volta as que se desviaram, farei curativo nas machucadas e tratarei das doentes. Mas destruirei as que estão gordas e fortes,
porque eu sou um pastor que faz o que é certo.

Ezequiel 34.16
Assim também é com o corpo social, do qual você integra um grande órgão ou um muito pequeno. É sempre danoso e pode até ser letal você não consumir o de que necessita para prestar seu serviço, ou passar disso.