A língua é fogo

A Sabedoria de Tiago 22

Com o fogo do inferno,
ela pode colocar toda a nossa vida em chamas.

Tiago 3.3-6

(A CARTA DE TIAGO completa, nos versos de José Alaby, você lê aqui)

Quando controlada com sabedoria, a língua

É pequena, mas, de grandes coisas, pode se gabar.

É semelhante a um reduzido freio colocado na boca de um cavalo, através do qual se controla todo o avantajado corpo do animal, que assim presta grandes serviços aos seres humanos. Da mesma maneira que, por um pequeníssimo leme, se conduz grandes navios em segurança por mares revoltos. Assim são os poucos bons mestres, cuja língua examina bem a lei perfeita que faz livres as pessoas (1.25) e conduz o povo que pertence ao Deus de Amor em meio a tantas aflições e provações que o golpeiam.

Porém, atenção, descontrolada, a

Língua é fogo; carregada de um mundo de maldade.

Causa danos apenas de longe comparáveis a um incêndio na mata. Todo cuidado é pouco, pois o ser humano, que doma toda espécie de animal, não é capaz por si mesmo de dominar esse seu órgão tão pequenino quanto mortal.

Mas ninguém já foi capaz de, a língua, dominar. 

Ela é má – mortal veneno. Não se a pode controlar.

A primavera

- Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou;
não lhes dou a paz como o mundo a dá.
Não fiquem aflitos, nem tenham medo.
João 14.27

Nossa postagem de 26 de junho, O inverno terminou assim:

...como o ciclo vital da Criação não permite que a escuridão dure para sempre, em determinado momento, o outono político deu lugar ao inverno. Apesar dos calafrios, aqueles que enxergam e tem os olhos abertos estão podendo ir vendo com mais clareza e separando a boa luz da escuridão, e já vislumbram a primavera, a restauração da vida. Esta chegará no final de setembro. Em outubro, começará a florescer.

No mundo político, os calafrios foram resumidamente durante o inverno sustos diários patrocinados por um Congresso mais do que suspeito; um Judiciário, ao qual caberia supostamente por ordem na Casa, que aguardava servilmente a permissão deste para investigar denúncias graves contra o chefe do Executivo. Ao que tudo indica, ainda ocorrerão durante a primavera tentativas de sufocar a vida que insiste em florescer.

E o que pudemos ver com mais clareza? O que poderemos plantar na primavera, para colher no verão? O Presidente pode e é certo que será mudado, com alguma chance de ser para melhor. O Judiciário começa a dar pequenos sinais de que talvez venha a tomar jeito. Mas a maioria dos que esperávamos contar para recompor o Legislativo acabou sendo dos mesmos que já lá estão fazendo das suas e querem voltar; mínimas são as chances de aumentar significativamente o número dos que realmente pretendem representar com responsabilidade seus eleitores; alguns retornam com o propósito quase único de continuar usufruindo da complacência do Supremo; muitos dos réus que se tornaram inelegíveis e até os que já estão na cadeia vão continuar atuando pesadamente através de seus a-filha-dos.

O que podemos então esperar colher no verão? O intocável será finalmente investigado? Que mais podem aprontar os donos da justiça? E do novo/quase mesmo Congresso? O certo é que a temperatura continuará subindo perigosamente. Vamos nos preparar, pois há indícios de epidemias, muitos vendavais, catástrofes diversas, tempestades, inundações, deslizamentos, a exemplo do nível das campanhas que já desaba... Atenção! Todo cuidado é pouco, para que não sobre apenas a doce ilusão do carnaval !

POUCOS MESTRES (Continuação)

A Sabedoria de Tiago 21

(A CARTA DE TIAGO completa, nos versos de José Alaby, você lê aqui)

Outra tradução possível para Tiago 3.1 seria:

Não sejam muitos os mestres entre vós.

Essa versão coloca o conselho de Tiago em relação direta com a já conhecida orientação recebida do próprio Mestre único verdadeiro:

Vocês não devem ser chamados mestres; um só é o Mestre de vocês...
- Mateus 23.8

Os mestres contra os quais Tiago alertava agiam certamente da mesma maneira que os falsos mestres de hoje. Quando não encontram apoio claro para seu ensino no testemunho dos apóstolos registrados nos evangelhos, para convencer seu auditório tecem astuciosamente uma trama de argumentos pescados no Antigo Testamento, alegando fundamento bíblico.

À primeira vista, tal fundamentação pode parecer segura, inquestionável mesmo, pois o próprio Cristo apresentava as mesmas escrituras como fundamento de sua autoridade. Por outro lado, cuidado, foi também nesse mesmo poço que os escribas e fariseus pescaram os argumentos para entregar o Filho de Deus para ser crucificado pelos romanos. Jesus tinha sua própria maneira de interpretar o Antigo Testamento, diferente das de tantos outros mestres judeus de seu tempo, que com certeza estavam na mente de Tiago. Era talvez a principal razão que fazia dele O Mestre, o único.

Paulo também tinha algo a dizer sobre o assunto, no terceiro capítulo de sua primeira carta aos coríntios:

Porque Deus já pôs Jesus Cristo como o único alicerce,
 e nenhum outro alicerce pode ser colocado. 

Então, antes de abrir a boca, consideremos o que mais declara o apóstolo, logo adiante:

O Dia de Cristo vai mostrar claramente 
a qualidade do trabalho de cada um.
Pois o fogo daquele dia mostrará o trabalho de cada pessoa:
o fogo vai mostrar e provar a verdadeira qualidade do trabalho.

Poucos mestres

A Sabedoria de Tiago 20

Meus irmãos, somente poucos
de vocês vão se tornar
os bons mestres na Igreja.
Tiago 3.1
(A CARTA DE TIAGO completa, nos versos de José Alaby, você lê aqui)

Neste capítulo terceiro prosseguem as considerações iniciadas no versículo 1.17, quando Tiago orientou a estar sempre pronto para ouvir, mas demore pra falar e propôs uma série de cuidados a serem tomados antes de abrir a boca, concluindo que é melhor expressar a fé pondo em prática a Palavra ouvida, valorizando os pobres, em fé abastados, e não bajulando os ricos, que exploram bem vocês. Em resumo: para se tornar um servo aprovado, bom mesmo é ficar de boca fechada; após ouvir, basta que se ponham a fazer o que ela manda:

Se vocês obedecerem a Suprema Lei do Amor,
farão sempre o que devem.

Finalmente, ele se dirigiu aos que insistem em servir usando a palavra. Esta é uma atividade que atrai a muitos, porque para executá-la é utilizado um dos menores membros do corpo, talvez o que demande o menor esforço para ser posto em ação. Entretanto, trata-se do mais difícil e perigoso de ser conduzido, de modo que nós, que estamos a ensinar, todos cometemos erros, no que dizemos. Pode-se mesmo afirmar:

...O que não comete erros no que diz, no seu falar,
é perfeito, e é capaz de, seu corpo, controlar.

Trata-se de um ministério específico para o qual poucos são escolhidos, exige renúncia, dons muito especiais e não admite tropeços, pelo que seremos bem julgados mais que os outros, com rigor.

(Continua na próxima postagem)

De maneira bem correta

A Sabedoria de Tiago 19

Veja como a sua fé, – de maneira bem correta, –
veio junta com ações, que a tornaram, sim, completa.

(A CARTA DE TIAGO completa, nos versos de José Alaby, você lê aqui)

Ainda refletindo no capítulo 2, versículos 14-25.

Quando o desafiante Tiago declarou: E eu vou bem lhe mostrar minha fé – e orações – através de minhas ações, era de se esperar que descrevesse algum feito praticado por ele mesmo, ou por seus companheiros, pois sabemos que realizavam muitos milagres; entretanto, preferiu apresentar dois exemplos bíblicos.

Primeiro, o de Abraão, homem poderoso, pois Deus o tinha tornado próspero. Mas Tiago nem fez referência ao fato, pois o que tonou visível sua fé não foi o sucesso material, mas o ter oferecido sobre o altar seu próprio filho.  Constituiu um exemplo prático do conselho que dera aos ricos: glorie-se na sua insignificância. 1.9

O outro, de Raabe. Além de rejeitada a ponto de ser empurrada para a prostituição, era também de fora do povo escolhido, e se fez descendente da promessa quanto aceitou a dignidade de se arriscar para participar da obra libertadora de Deus. Um exemplo do conselho dado aos pobres: glorie-se na sua dignidade 1.10.

Estes exemplos escolhidos revelam por si só a natureza da fé a que Tiago se referia. Em ambos os casos, não se tratava de projetos pessoais, por mais bem-intencionados que fossem, mas de uma obra divina, já há muito tempo em andamento, com um propósito muito claro, nada impossível: salvar vidas. As duas personagens mencionadas foram pegas de surpresa, mas reconheceram imediatamente uma oportunidade de tornar visível sua fé verdadeira, comunitária e histórica antes de tudo, isto é: a de Abrão e de Raabe é a mesma dos crentes de todos os tempos, inclusive a minha e a sua , que executa uma única e contínua obra divina e não eventuais desejos, sonhos ou necessidades particulares.