Coisa morta

A Sabedoria de Tiago 18

Nossa fé, portanto, é assim: Ah! Não vindo acompanhada
de ação, é coisa morta em si mesma, não é nada.

(A CARTA DE TIAGO completa, nos versos de José Alaby, você lê aqui)

Continue lendo o capítulo 2, até o versículo 25.

Hoje, quando os cristãos referem-se a seu Deus, todo mundo sabe de quem falam. Entretanto, na dispersão onde viviam os destinatários da nossa epístola, deus tinha de ser identificado pelo nome, pois eram inúmeros. Por isso, podiam pensar que crer em um só Deus já era uma eloquente demonstração de fé, principalmente porque apenas isso poderia lhes custar a própria vida, diante dos tribunais humanos. Hoje também somos tentados a nos considerar muito crentes simplesmente por não aceitar os deuses de outras religiões existentes em nossa sociedade, por considerá-los falsos e por adorar apenas o único e verdadeiro. Para Tiago, isso não nos torna melhores do que os próprios demônios:

Você crê somente haver um Senhor? Que coisa ótima!
Os demônios vêm a ter...

...essa crença num só Deus, e, de medo, vêm tremer.

Do povo que lhe pertence, Deus espera mais que isso, ou seja,

A Deus-Pai, a religião, que procura se expressar...
 ...como pura e verdadeira, busca sempre ajudar

viúvas, órfãos tão aflitos, com o mal não se manchar.

Em consonância com o Ritual de Recepção de Novos Membros da Igreja Metodista, no espírito de Jeremias 29.7:

Estar disposto a promover a paz, a trabalhar pela justiça e a empenhar-se pelo bem de todas as pessoas segundo os propósitos de Deus na implantação de seu Reino.

Os arrastam aos juízes

A Sabedoria de Tiago 17

E os arrastam aos juízes!  Sim, são eles a falar
do bom nome que o Eterno a vocês já veio dar!
Tiago 2.7
(A CARTA DE TIAGO completa, nos versos de José Alaby, você lê aqui)

Ainda no contexto de Tiago 2.1-13.

Nesta passagem como um todo são examinados julgamentos aos quais estão sujeitas as pessoas neste mundo, em três situações diferentes: quando os crentes são tentados a aplicar eles mesmos a seus semelhantes; o que é exercido pelos tribunais humanos de uma sociedade pagã ou não crente; e o do Eterno.

Abordamos rapidamente o primeiro caso na postagem número 14 desta série, sob o título Vil Discriminação, confirmando o que já é amplamente sabido por todos: não cabe aos crentes julgar ninguém, em nenhuma circunstância.

O segundo julgamento, para o qual os nobres arrastam as pessoas, favorece os que estão a falar do bom nome que o Eterno a vocês já veio dar. Matam o corpo, mas não podem matar a alma, e não deve ser temido, pois

Se vocês obedecerem a Suprema Lei do Amor,
farão sempre o que devem.

O do Eterno está sendo deixado para o final da safra, pelas razões expostas na parábola do joio e do trigo:

...porque, quando vocês forem tirar o joio,
poderão arrancar também o trigo.
Mateus 13.29

A promessa, que alimenta a perseverança, é de que as pessoas, neste tribunal divino

virão (um dia) a ser bem julgadas pela lei que nos dá a liberdade.

Os que exploram vocês

A Sabedoria de Tiago 16

Os que exploram bem vocês, por acaso, não são nobres?!

E os arrastam aos juízes?!
Tiago 2.6
(A CARTA DE TIAGO completa, nos versos de José Alaby, você lê aqui)

Ainda no contexto de Tiago 2.1-13.

Quando Tiago critica os que tratam melhor o “enricado” e desprezam o pobre, a tendência generalizada é de apressar-se a fazer exatamente o contrário: exaltar este e desdenhar aquele. Entretanto, apenas inverter os valores é insistir nos mesmos erros que ele ressalta: julgar, discriminar, pela aparência. Afinal, Se o vizinho ao lado está passando por uma situação, não é todo pobre nem somente ele quem faz um mutirão e ajeita a situação. Nem cabe a nenhum ser humano aprovar ou não o procedimento de pessoa alguma.

De todos os modos, a que propósito pode servir bajular os que ostentam sua prosperidade. Afinal donde provêm ...todas essas provações derrotadas pela fé (Tiago 1.2)?...

Os que exploram bem vocês, por acaso, não são nobres?!

Essa verdade dispensa demonstração, todo mundo sabe, inclusive os que se esforçam para estar entre eles, mas as pessoas preferem em sua maioria ignorá-la, fazer de conta que não é necessariamente assim. Pela simples razão de que os temem, porque deles dependem. Não confiam no Mestre que assegura:

Não tenham medo daqueles que matam o corpo,
mas não podem matar a alma.
Porém tenham medo de Deus,
que pode destruir no inferno tanto a alma como o corpo.
- Mateus 10:28

Pobres deste mundo

A Sabedoria de Tiago 15

Vejam bem, meus bons irmãos, o que Deus tem pra mostrar:

Escolheu do mundo os pobres para em fé ser abastados,
para o Reino possuírem – plenamente agraciados.

Tiago 2.5
(A CARTA DE TIAGO completa, nos versos de José Alaby, você lê aqui)

Continuamos nossa reflexão em Tiago 2.1-13.

A Igreja primitiva era uma comunidade de pobres que confirmava essa inacreditável revelação de Tiago. O apóstolo Paulo descreveu assim a aparência e o poder partilhados pelos primeiros cristãos:

Parecemos pobres, mas enriquecemos muitas pessoas.

Parece que não temos nada, mas na verdade possuímos tudo.

Com essas credenciais, percorreram e enriqueceram muitos pelo mundo todo, em meio a muitas tribulações. Até que, pouco mais tarde: uma profusão de disputas doutrinárias, lutas pelo poder, discriminações, autoritarismo... Mas, nesse tempo, os que se apresentavam como pastores já eram íntimos dos poderosos deste mundo, eles mesmos vivendo em palácios e portando anéis nos dedos.

Entretanto, conforme aumentavam as riquezas materiais e o poder político dos pastores, os pobres do rebanho e os que se tornavam como tais continuavam enriquecendo muitas pessoas. Alguns foram excomungados, outros, mais tarde, reconhecidos como santos. Atuavam principalmente nas áreas da saúde, da educação e das artes.

Esta situação perdura nos dias de hoje; enquanto pastores ostentam as riquezas que denunciam sua vergonhosa derrota diante das provações, algo bem diferente acontece com os que entre nós parecem pobres, em fé abastados:

Se o vizinho ao lado está passando por uma situação,
ele faz um mutirão e ajeita a situação.
- Eta Povo Pra Lutar, na voz de Zeca Pagodinho.