Translate

Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A justiça não tardou

JÓ de Uz - 10

que o Eterno, a bons e maus,
os destrói, indiferentes.

Jó 9.22
Mergulhe na elaborada exortação de Bildade e surpreenda-se com a reação de Jó: capítulos 8-10
Convencido das certezas da antiga sabedoria, o segundo amigo tomou a palavra: Deixe antigos lhe falar e antigos lhe ensinar. E não poupou argumentos para convencer um desesperado

que seus filhos, sim, pecaram
contra Deus, que os castigou
como bem o mereciam
– e a justiça não tardou.
...Certo esteja de que Deus
está junto com pessoas
– as honestas. Não, com más,
mas, bem certo, com as boas.
Deste modo, podia assegurar ao amigo que, sendo uma boa pessoa, para ele havia esperança.
Mas Jó também estava por dentro do ensino dos sábios: Ah! Eu sei, sim, muito bem que as coisas são assim. Em eloquentes peças literárias carregadas de emoções e sabedoria, externou em resposta tudo que sentia sobre a grandeza de Deus e sua pequenez diante dele. Contrapondo com a dolorosa verdade impossível de ignorar que carregava na própria carne e o paralisava, passou ao ataque e confrontou o amigo:
que o Eterno, a bons e maus,
os destrói, indiferentes.
Este foi o primeiro grande estrago que a dura realidade de Jó provocou no tão seguro ensino dos antigos. Tome nota, que vem mais.

Segue: Os bandidos têm a paz


(O livro de Jó em trovas do Prof. Josê Alaby está disponível nas lojas Amazon em forma digital sob o título – clique - JÓ de Uz)

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Ninguém há que me socorra

JÓ de Uz - 9

Até mesmo a mim mesmo
não consigo ajudar;
ninguém há que me socorra
– que me venha amparar!
 - Jó 6.13
Avalie a reação de Elifaz aos lamentos de Jó e a justificativa deste: capítulos 4-7.
Diante das desconcertantes queixas de seu amigo, Elifaz reagiu fundamentado nas sólidas certezas da sabedoria antiga. A situação era delicada, pois nenhum dos dois conhecia o estranho desafio que Deus propusera a Satanás.
Começou então, com argumentos rebuscados, apelando ao temor que tem de Deus, para levá-lo a confiar, e a sua vida correta, para levá-lo a esperançar. Semelhantemente, lembrou que ninguém pode ser correto ante Deus, nosso Senhor nem tão puro no julgar do Criador. Assim:
Somos nós os que causamos
todo esse sofrimento;
é tão certo como brasas
atiçadas pelo vento.
A solução:
Se eu fosse, Jó, você,
voltaria para Deus;
eu entregaria a Ele
todos os problemas meus.
Pois, Deus, da morte, salva os pobres; ...Ah! Deus fere, mas Deus mesmo faz divino curativo.
Em resposta a quem parecia não ter entendido nada do que dissera antes, para justificar por que falei com violência dura assim, pintou com cores ainda mais fortes a situação desesperadora que sofria, mostrando, em primeiro lugar, que até mesmo a mim mesmo não consigo ajudar; em segundo, que ninguém há que me socorra – que me venha amparar!  E comparou os que omitem socorro aos desesperados com aqueles que, em leilão, seriam bem capazes de vender mesmo um órfão, ou até, mesmo amigo.
Em fim de contas,
Um desesperado assim
bem merece a compaixão
dos amigos, mesmo quando
ao seu Deus não teme, não!
Culpar as próprias vítimas de nossa sociedade opressora por sua situação desesperadora é também a postura dos que hoje lhes negam o justo socorro. Bem como os que enriquecem tranquilos vendendo conselhos de autoajuda esquecem que os realmente necessitados não estão em condições nem mesmo de se auto ajudar.



Segue: A justiça não tardou



(O livro de Jó em trovas do Prof. Josê Alaby está disponível nas lojas Amazon em forma digital sob o título – clique - JÓ de Uz)

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

“Já nasceu! Nasceu um homem!”

JÓ de Uz - 8
Por que é que os infelizes
continuam vendo a luz?
E por que deixar viverem
os que amargam uma cruz?
Só esperam sua morte;
ela teima; e não vem;
muito embora a desejem
muito mais que aos bens que têm!
- Jó 3.20-21


Sinta o amargo sabor que abalou o pesado silêncio que tomara conta de Jó e seus amigos: capítulo 3. 
Talvez no Oriente antigo não houvesse anúncio que agradasse mais a uma família do que este: “Já nasceu! Nasceu um homem!”. Entretanto, o sofrimento de Jó era tão profundo a ponto de desejar ardentemente que não houvesse existido o dia em que alguém dissera isso a seu respeito, ou que tivesse nascido morto, ou morrido ao nascer. E que assim acontecesse com todos os infelizes.
Não foram palavras impensadas, mas proferidas após sete longos dias e noites de reflexão, e certamente também de oração, como aconselhava a milenar sabedoria. Que diferença comparadas com as que dissera ainda sob o impacto do anúncio das catastróficas desgraças que o atingiram e diante da mulher que o importunava:
Se, de Deus, nós recebemos
coisas boas, sem contagem,
por que não também desgraças,
sim, podermos aceitar?
Pesando melhor suas dores, nem os dias de abundante prosperidade serviriam para compensar seus gemidos de agora. Poderia até conformar-se com seu infortúnio particular, se fosse da vontade de Deus, mas percebeu que se igualara a todos que amargam uma cruz, os presos e os escravos entre eles, para os quais a própria morte pesaria menos do que a existência que suportavam.
Essa amarga percepção, comum à toda literatura sapiencial bíblica, de um viver pior que a própria morte faria bem se considerada por aqueles que advogam a preservação da vida de quem sofre horrores a qualquer custo. Do mesmo modo, a perversidade dos que submetem seres humanos a situações assim degradantes seria considerada bem maior do que a de qualquer assassino.
Mas o que você diria a um irmão ou irmã, amiga ou amigo, que viesse com semelhante conversa para seu lado? A discussão está apenas começando. 



Segue: Ninguém há que me socorra


(O livro de Jó em trovas do Prof. Josê Alaby está disponível nas lojas Amazon em forma digital sob o título – clique - JÓ de Uz)

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Saboroso debate

JÓ de Uz - 7

Não se é sábio, sendo idoso
e nem sempre os mais velhos
sabem mais o que é certo.
Eu também vou opinar;
pois me escutem cá bem perto
.
- Eliú em Jó 32.9-10
A Sabedoria está em crise. Certezas milenares começam a ser postas em questão. Jó, ao romper o longo silêncio que sucedeu suas desgraças, está certo apenas de uma única coisa: sua própria fidelidade a Deus. Para contestá-lo, seus amigos revisitam toda a sabedoria acumulada até então, dando obviamente ocasião a muitos e substanciosos discursos. Temas teológicos ocupam o primeiro plano, que suscitam questões bastante práticas relacionadas, por exemplo, com o próprio conhecimento, a psicologia, justiça social, amizade, aconselhamento, justiça, direito e solidariedade, para ser breve.
As teses, se é que podemos chamar assim, se repetem com distintos argumentos, mas também não se limitam a emitir conceitos, vindo carregadas de acentuadas e variadas emoções. O material é servido de tal maneira que não basta ser lido, precisa ser degustado sem pressa, para se sentir o sabor, as nuances, a atmosfera. Necessita também ser digerido, confrontado com as certezas e dúvidas do próprio leitor, de modo que não resulte apenas em novas ideias, mas também em novos sentimentos e, principalmente, em novo comportamento.
Certamente, por esse motivo, as dramáticas reflexões de Jó e seus amigos foram originalmente embaladas em poesia, que multiplica o alcance da palavra crua e torna a digestão leve e gostosa. Como as versões em português não costumam traduzir essa leveza, o Prof. José Alaby, sensível à importância desse detalhe para a assimilação dos ensinos bíblicos de sabedoria, nos brinda com o livro de Jó em trovas, colocando-nos deliciosamente dentro da cena.
Definitivamente, é impossível fazer um resumo ou sistematizar o livro de Jó sem comprometer sua mensagem. Ele deve ser lido na íntegra, com gosto. 

Segue: Já nasceu! Nasceu um homem



(O livro de Jó em trovas do Prof. Josê Alaby está disponível nas lojas Amazon em forma digital sob o título – clique - JÓ de Uz)

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O Silêncio

JÓ de Uz - 6

Em seguida, se sentaram
lá no chão bem junto a Jó;
sete dias, sete noites,
sem palavras lhe dizer,
pois sabiam que o bom Jó
só estava a sofrer.
- Jó 2. 13
Sete dias e sete noites de silêncio! Afinal, estavam diante do mais crucial enigma da existência humana, na sua expressão mais aguda, conhecedores do que dita a sabedoria:
Provérbios
Quanto mais você fala, mais perto está de pecar; se você é sábio, controle a sua língua. -10.19
Quem toma cuidado com o que diz está protegendo a sua própria vida, mas quem fala demais destrói a si mesmo. -13.3
As pessoas corretas pensam antes de responder; as pessoas más respondem logo, porém as suas palavras causam problemas. -15.28
Quem controla as suas palavras é sábio, e quem mantém a calma mostra que é inteligente. Até um tolo pode passar por sábio e inteligente se ficar calado. -17.27-28
O que guarda a boca e a língua guarda a sua alma das angústias. -21.23
Eclesiastes
Tenha cuidado quando for ao Templo. Não ofereça o seu sacrifício como fazem os tolos, que nem sabem que não estão fazendo isso da maneira certa. Vá pronto para ouvir e obedecer a Deus.  Pense bem antes de falar e não faça a Deus nenhuma promessa apressada. Deus está no céu, e você, aqui na terra; portanto, fale pouco. -5.1-2
Tiago
Lembrem disto, minhas queridas irmãs e irmãos: Cada um esteja pronto para ouvir, mas demore para falar e ficar com raiva. -1.19
Alguém está pensando que é religioso? Se não souber controlar a língua, a sua religião não vale nada, e ele está enganando a si mesmo. -1.26



Segue: Saboroso Debate


(o texto completo do livro de Jó em trovas está disponível nas lojas Amazon em forma digital sob o título – clique - JÓ de Uz)

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Só para lembrar


...então, se o meu povo, que pertence somente a mim, se arrepender, abandonar os seus pecados e orar a mim, eu os ouvirei do céu, perdoarei os seus pecados e farei o país progredir de novo.

2º CRÔNICAS 7.14