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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

domingo, 31 de dezembro de 2017

Sua causa ’stá com Ele

JÓ de Uz – 28

...faça suas perguntas
para as aves e animais,
e eles o ensinarão.
- Jó 12.7

Prosseguindo a leitura no capítulo 35, vamos encontrar outra notável afirmação de Eliú, de que Deus torna aqueles que se voltam para ele
bem mais sábios que animais, bem mais sábios que as aves.
Os demais livros bíblicos de sabedoria costumam também eventualmente considerar os animais, quando não associados à serpente, como exemplos a serem imitados pelos homens. Certamente, porque seguem à risca a maneira de ser que Deus determinou para cada um.
Veja bem, existe neste mundo por toda parte uma infinidade de pássaros voando em todas as direções, cruzando suas trajetórias e por entre galhos de árvores e outros obstáculos. Em situação normal, nunca se ouviu falar de alguma colisão entre eles, pois obedecem rigorosamente as leis da aerodinâmica estabelecidas pelo Criador. Os homens também sabem que, na realização do sonho de voar em suas aeronaves que Deus lhes agraciou, qualquer descuido é fatal e procuram observar com muito cuidado aquelas sábias leis, à semelhança dos animais que voam. O diferente é que estes confiam na sabedoria divina também no trato com seus semelhantes e com a criação em geral, enquanto que as pessoas, obcecadas por vitórias, preferem neste tipo de relacionamento apostar mesmo é na esperteza satânica.
É o caso dos
Homens, sendo perseguidos, sim, de todo e qualquer lado,
gritam, soltam seus gemidos,
e suplicam que alguém venha logo lhes livrar,
sim, das mãos de poderosos; mas não buscam já voltar
para Deus, seu Criador,
...o Eterno não responde, pois são maus e orgulhosos.
Mas, no final desta Terceira Fala, Eliú achou um jeito de elevar o ânimo de seu amigo:
Você diz, Jó, que não pode
ver a Deus; mas, com paciência,
sim, espere, pois sua causa
’stá com Ele – tem ciência.




Segue: Sua justiça é infinita


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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Não precisa Deus de ajuda

JÓ de Uz – 27 



...foi a mim que fizeram.
 - Mt 25.40

Na sua segunda fala, capítulo 34, Eliú fez coro com os demais amigos com relação ao trato que  Deus daria aos poderosos: Pois Deus sabe o que eles fazem; numa noite os faz cair e, depois, são esmagados. Entretanto, acrescentou um argumento que nos faz pensar:
Mas, se o Eterno se calar, não, ninguém há de poder
condená-Lo. Entretanto, se, Seu rosto, Ele esconder,
as pessoas e as nações ficarão sem defensores;
nada poderão fazer pra evitar que exploradores
as governem e oprimam.
De fato, primeiro, o que nos daria o direito de exigir que Deus não deixasse o mundo seguir o próprio destino que escolheu? Segundo, o que seria de nós se ele já não estivesse a controlar, à sua maneira, quem tem poder?
Já na Terceira Fala, capítulo 35, veio com esta novidade:
Se você vem a pecar, isso não atinge o Altíssimo;
não Lhe vão prejudicar, suas faltas, mesmo muitas.
Se você já faz o bem, não precisa Deus de ajuda
Nossa incredulidade, desobediência, blasfêmias, maldições, preconceitos, qualquer ofensa, não fazem Deus ficar menor, menos Deus, menos poderoso ou atuante. Nossas ofertas, festas, louvores, monumentos, por outro lado, não passam de simples agrados e também não o tornam maior, mais poderoso, mais amável do que já é.
São os outros, sim, que vêm a sofrer por sua causa,
por pecados que comete; e, são eles ajudados,
quando o bem, sim, lhe compete praticar em favor deles.
Tal realidade em si já basta para justificar o que vai de fato valer no Julgamento Final:
Quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos e irmãs, foi a mim que fizeram. - Mt 25.40
Todas as vezes que vocês deixaram de ajudar uma destas pessoas mais humildes, foi a mim que deixaram de ajudar. - Mt 25.45.
Embora não tenha necessidade, Deus nos concede a possibilidade e o privilégio de acudir os seus, a única forma a nosso alcance de exaltá-lo de verdade diante dos homens, de obtermos sua aprovação e nos tornarmos verdadeiramente humanos.

Segue: Sua causa ‘stá com Ele 

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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Somos iguais

JÓ de Uz – 26



Só é Deus quem tem poder
– não um simples ser humano –
para, a Jó, bem responder
.
Jó 32-37 registra as quatro importantíssimas falas do jovem Eliú. Esperou com paciência que os mais idosos falassem primeiro, o que não é comum entre os mais novos: uma prova de sabedoria, que aconselha Cada um precisa estar sempre pronto para ouvir, mas demore pra falar. (Tg 1.19)
Não tardou em justificar sua ousadia: Mas ocorre que lá dentro das pessoas (todas) haveria um espírito, há um sopro de Deus Todo-poderoso: O que dá sabedoria. E desqualificou a credencial dos consoladores que o precederam: Não se é sábio, sendo idoso.
De fato, um sopro de Deus Todo-poderoso vale muito mais que qualquer experiência de vida. Entretanto, seu argumento em particular o nivelava a toda e qualquer criatura, inclusive aquela que pretendia aconselhar. E foi exatamente essa situação de igualdade que fez questão de enfatizar: Eu-você somos iguais para Deus; e também eu, lá do barro, fui formado. Considerou esse esclarecimento necessário para conquistar a confiança do amigo: E, por isso, não me temas; não estou intencionado de esmagá-lo em discussão.
De novo, agiu como um verdadeiro sábio, preferindo em honra os demais do que a si próprio, e desinteressado em ocupar os primeiros lugares. O que faz pensar seriamente nos que se auto-apresentam hoje como conselheiros dos infelizes, exibindo seus diplomas, títulos, honrarias, erudição... e adoram um holofote.
Divergia também dos demais amigos, que se esforçavam para dobrar Jó com longos discursos, ao considerar humildemente que:
Só é Deus quem tem poder – não um simples ser humano – para, a Jó, bem responder.
Assegurou então ao amigo:
Deus bem fala sempre a nós de um modo, de outro então;
porém, nós, tão distraídos, não Lhe damos atenção
....
Certamente não se referia a grandes revelações, profecias, predições sobre a vida alheia. Muito mais importante,
Deus nos fala para que – bem seguindo o seu amor –
nós deixemos de pecar, pra não sermos orgulhosos.
Assim Deus nos vem livrar de morrer, dos poderosos que nos podem sepultar;
Antes de prosseguir, leia atentamente até Jó 33.33. Faça suas próprias reflexões. Confronte com as falas anteriores. Prepare-se para o que ainda vem pela frente, pois Deus mesmo ainda está para falar.
Segue: Não precisa Deus de ajuda

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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

AFINAL, ONDE ESTÁ ELE?

?
"Vá depressa pelas ruas e pelos becos da cidade
 e traga os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos."

- Lucas 14.21

Afinal, onde está mesmo o menino que nasceu em Belém, cresceu, andou pela Palestina ensinando e fazendo o bem, foi finalmente apanhado, condenado, crucificado, morto e sepultado, mas ressurgiu dos mortos ao terceiro dia, com a promessa de que estaria com as pessoas todos os dias...

Você, que deseja muito encontrá-lo, não se incomodará em reler as passagens em referência, abaixo. Verificará de novo que seria frustrante uma busca entre os poderosos deste mundo, entre os que ocupam os primeiros lugares, mesmo nos espaços religiosos, entre os que fazem questão de divulgar seus bem feitos ou sua piedade exemplar.

Na verdade, nem precisa procurá-lo, pois é ele que procura você. Afinal, sua frustração não é maior do que a dos discípulos a quem apareceu quando se retiravam para Emaús, nem sua incredulidade diferente da dos apóstolos que estavam trancafiados em uma sala, morrendo de medo, nem age de modo mais equivocado que Saulo, quando foi visitado no caminho de Damasco.

Ajudaria muito se procurasse andar com os que já andam com Ele, nos lugares menos cobiçados pelas filhas e filhos deste mundo. Logo, logo, teria uma agradável surpresa, percebendo de repente você mesmo, sem intermediários, trocando umas ideias com o próprio, naturalmente.

Nota:
para entender bem esta postagem, talvez precise reler "Onde está o menino?" .
Referências bíblicas:
Mateus 6.2; 11.25; Marcos 13.38-40; Lucas 10.21; 14.15-24; 24.13-43; Atos 9.1-5.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Minha defesa

JÓ de Uz – 25  

Sim, as contas de meus atos, ao Eterno, eu darei;
ante Deus, com a cabeça bem erguida, ficarei.

- Jó 31.37
Leia com atenção o corpo da defesa final de Jó no capítulo 31. Os dois anteriores foram uma espécie de introdução, onde ele procurou tornar o mais evidente possível o gritante contraditório entre sua vida desde o dia em que o Senhor me protegia e a do agora.
Prosseguindo, passou a destacar, no seu procedimento exposto na primeira parte da introdução, como tratava as diferentes pessoas: as mulheres, os da sua classe social, o trabalhador, o necessitado, e o próprio Deus, antes do inimigo e do exilado.
As mulheres - Eu jurei que nunca os olhos tentariam cobiçar uma moça ainda virgem. Talvez mais do que esse juramento em si, a grande deferência revelada com relação a elas foi o fato de considerar a simples condição de mulher como suficiente para merecer tratamento específico, e também o de tê-las colocado como primeiras da lista.
Os de sua classe - se pequei, me apoderando do que é de outra pessoa... Se senti-me seduzido por mulher de meu vizinho algum dia em minha vida.
O trabalhador - um reclamo de empregado(a), o assunto eu resolvia com direito e com justiça... paguei, sim, todos os trabalhadores bem do jeito que devia... Pois o mesmo Deus-Senhor fez a mim e aos empregados; sim, de nós, é o Criador; e deu vida a mim e a eles.
O necessitado - aos pobres, ajudei; as viúvas, sem esperança, e, chorando, não deixei... com os órfãos repartia sempre as minhas refeições; como pai, os protegia... Quando via alguém sofrendo pela falta de agasalhos... eu lhe dava roupas quentes, não os tratava com violência – mesmo tendo, de juízes, o sustento
Deus - de Deus e Seu castigo, tenho medo e pavor... jamais confiei no ouro; não foi nunca o fundamento desta minha segurança... Tenho visto o sol brilhar e, a lua, por inteiro, caminhar com sua beleza; porém, nunca os adorei...
O inimigo - jamais me alegrei com o grande sofrimento de qualquer dos inimigos; nem me deu contentamento se, desgraça, lhe ocorreu. Nunca fiz uma oração para Deus matar um deles.
O exilado - todos meus convivas comem sempre à vontade do que é bom e do melhor... não deixei nem estrangeiro lá, na rua, ir dormir; os viajantes sempre tinham uma casa aonde ir.
Certamente, teria ainda muito mais a dizer em sua defesa, pois suas falas anteriores estão repletas de exemplos semelhantes. E também tinha consciência de muitos pecados, mas julgava que mesmo assim poderia se declarar inocente, uma vez que
Encobrir as minhas faltas, não, jamais eu procurei
– como fazem sempre alguns – nem no coração busquei
esconder os meus pecados. Nunca tive o pavor
do que os outros vão dizer; e nem medo a zombador.
Concluindo: Deixo aqui, já assinado, o lavrado em minha defesa.

Segue: Somos iguais



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