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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quinta-feira, 27 de julho de 2017

O que é Sabedoria

JÓ de Uz - 5



Deus gosta mais de quem honra o pobre
do que quem adula o rico.
- Amenemopet XXVVI 13s
Quem enriquece à custa dos pobres
ou dando presentes aos ricos
acabará ficando pobre.
- Provérbios 22:16 ¶

O termo sabedoria tem múltiplos significados quando relacionado à Bíblia. O que envolve o livro de Jó refere-se a uma forma de conhecer a que se dedicavam e compartilhavam os chamados sábios de toda a região geralmente considerada como berço da humanidade, que ia desde o Egito até a Babilônia. Portanto, incluía Israel, mas ultrapassava tanto suas fronteiras geográficas quanto seu período histórico.
A passagem de Provérbios 22.17-24.11, por exemplo, é encontrada com poucas diferenças entre os ensinamentos do egípcio Amenemopet. Embora haja polêmica, costuma-se aceitar que aquele dependa deste. Entretanto, o mais provável é que ambos tenham se abastecido numa fonte comum, coletiva e impessoal, que congregava um sem número de sábios que os precederam.
Simplificando, diríamos que os sábios se interessavam por tudo que pode ser chamado de atividade humana, desde a confecção de uma ferramenta, o cultivo de uma planta, passando pelo convívio com seus semelhantes e com o próprio Deus, até com a própria Sabedoria, tratada eventualmente como uma nobre senhora.
Em linhas gerais, sua metodologia era: observar, comparar, refletir e compartilhar. Qualquer que tivesse olhos, ouvidos, cérebro e uma boca podia ser sábio, independentemente de sua fé. Por isso, não é estranho que pessoas de religiões tão diversas tenham chegado a resultados práticos quase idênticos.

Voltando ao Elogio da Sabedoria (Jó de Uz 4), esse entendimento alcançado na antiguidade nos enche de esperança de que fiéis de diferentes crenças possam vir a se entender, quando desistirem da dolorosa busca por prata, ouro, ferro, safiras, ágata, pérolas ou topázio, e dedicarem-se a contribuir para a conquista dessa rica senhora.

Segue: O silêncio



(o texto completo do livro de Jó em trovas está disponível nas lojas Amazon em forma digital sob o título – clique - JÓ de Uz)

sábado, 22 de julho de 2017

JÓ - pai dos desgraçados


"Os estudiosos classificam Jó como um livro poético e de sabedoria. Não se trata de um documento histórico. Crentes simples e sinceros, entretanto, têm dificuldade em imaginar que Jó não tenha existido de verdade, como um homem de carne e osso. Mas o importante é que, ficção ou não, ele faz parte das escrituras e em nenhum outro lugar delas os temas abordados são tratados com tanta profundidade, o que torna obrigatória sua leitura. É bastante longo, mas deve ser lido na íntegra, sob pena de entendê-lo mal. 

As reflexões estão distribuídas em oito blocos, cada uma precedida da transcrição de uma passagem representativa dos mesmos (em versos), que aprofunda sua compreensão...

Os breves comentários servirão apenas como guia muito limitado, principalmente para alertar a respeito de ensinos importantes que passam geralmente despercebidos devido ao nosso mau hábito de ler o livro sagrado aos pedaços."

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em foma


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Viver com sabedoria

JÓ de Uz - 4



Vimos que o cerne do livro de Jó é constituído de um poema inserido num conto oriental cujos início e fim coincidem com o da própria obra. Mais ou menos no meio deste poema, no capítulo vinte oito, encontra-se uma peça que também parece deslocada à primeira vista, embora apresentada igualmente em forma poética. Tem como título Elogio da Sabedoria e sua mensagem identifica-se a tal ponto com o conteúdo da própria obra como um todo que poderia servir-lhe tanto como sumário, no início, quanto como conclusão, no final. Razão talvez pela qual o autor preferisse reservar-lhe o centro.
Eis como conclui o Elogio:
E Ele disse aos humanos:
É preciso a Deus temer,
pra ser sábio; e, não ser mau,
para entendimento ter.
Confronte com o que Deus disse a Satanás sobre de seu servo:
Como Jó, tão bom e honesto,
não encontro mais ninguém.
Jó me teme e procura
nada, pois, fazer errado.
E com as que este é apresentado, no início do livro:
Bom e honesto, a Deus temia,
e buscava nada errado.

Observe que são atributos do homem ainda o mais rico do Oriente, não de um qualquer quando experimentava desgraça. Ciente de que é sobre como vivia nessa situação de prosperidade que se debruçam o próprio protagonista e seus amigos durante 40 dos 42 capítulos, você estará em condições de iniciar a leitura do monumental livro de Jó, de Uz.

Segue: O que é sabedoria



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sexta-feira, 14 de julho de 2017

Como a tristeza tem um fim

JÓ de Uz - 3
O Senhor bem aceitou
a oração do pobre Jó.
Logo após que Jó orou
pelos três amigos seus,
o Eterno duplicou
o que Jó possuía antes.
- Jó 42.9-10
nas trovas de José Alaby
Como vimos, o conto original em prosa no qual foi inserido o poema que constitui o núcleo do livro de Jó, interrompido no final do segundo capítulo, só vai continuar no versículo sete do capítulo quarenta e dois e seu desfecho encerra o livro bíblico. Por enquanto, deixemos de lado o poema central, que discorre sobre o modo como reagem as pessoas ao vazio espiritual que delas se apodera quando Deus age de um modo que não esperam. Vamos direto à conclusão da história, que é a mesma para o conto e para o livro todo.
Humilhado Satanás, a vida na terra voltou ao normal. Como costumava fazer em favor de seus filhos antes das tragédias que o acometeram, Jó ofereceu holocausto e intercedeu pelos amigos que tanto o importunaram durante o sofrimento. Por ele, não é dito que alguém tenha orado, pois, assim como não fora necessária nenhuma intervenção sobrenatural espetacular para acabar com as posses, família e saúde de Jó, a recuperação também não exigiu nenhum milagre, embora tenha sido de fato impactante:

                            Muita gente o visitou:
                            todos seus irmãos, irmãs,
                            seus amigos...
                            Cada um lhe deu dinheiro
                            e também um anel de ouro. - Jó 42.11 



Segue: Viver com sabedoria



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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Como Satanás é humilhado

JÓ de Uz - 2

Se, de Deus, nós recebemos
coisas boas, sem contagem,
por que não também desgraças,
sim, podermos aceitar?”
- Jó 2.10 nas trovas de José Alaby

Voltemos ao nosso conto original de Jó de Uz. Leia Jó 1.1-2.10.
Deus, sabendo que Satanás andara pela Terra procurando alguém que pudesse dobrar e, seguro da fidelidade de Jó, provocou:
                             “O meu servo Jó ’stá bem?
Como Jó, tão bom e honesto,
não encontro mais ninguém.

Jó me teme e procura
nada, pois, fazer errado.”
Satanás não tinha tanta certeza e pediu uma prova, Deus aceitou e permitiu que seu opositor privasse seu servo dos filhos e da riqueza, mas
Apesar de tanta prova,
contra Deus, Jó não pecou,
e nem mesmo toda a culpa,
no Eterno, colocou.
Um novo acordo então se fez, de modo que ele pudesse ser tocado em sua própria pele. Mesmo assim, coberto de feridas, manteve-se firme:
                          “Se, de Deus, nós recebemos
coisas boas, sem contagem,
por que não também desgraças,
sim, podermos aceitar?”
Assim Jó não disse nada
contra Deus nem quis pecar.
Um profundo e prolongado silêncio sucedeu ao suspiro de Jó, que tem sido interpretado como expressão de sua principal virtude, a paciência, embora traduza na verdade um conformismo sem medida, com uma pitada de tristeza.
Não é bom tirarmos conclusões apressadas, tendo percorrido menos de cinco por cento de uma obra que nos reserva ainda muitos e longos discursos. Mas, nesta altura já podemos reter a humilhante derrota que o frágil Jó, com sua firmeza, impôs ao poderoso acusador, às forças espirituais do mal que vivem nas alturas, isto é, ... os poderes que dominam completamente este mundo de escuridão (Efésios 6.12).

E o conto continua: Como a tristeza tem um fim.


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