Alguma outra diferença?

 

…Quando isso acontecer,
vocês chorarão amargamente por causa do rei que escolheram,
porém o SENHOR Deus não ouvirá as suas queixas.
1 Samuel 8.18

Durante cerca de duzentos anos, após Israel ocupar a Terra Prometida, o SENHOR foi-lhe fiel como Deus, mesmo apesar da infidelidade do povo, e como Rei, libertando-o dos que o atacavam e roubavam.

Entretanto, os israelitas optaram por eleger Saul como seu rei, que não agiu precisamente como os dos outros países, conforme o povo desejava. Levou uns dez anos para aparecer Davi, ele sim, como os outros, procedendo conforme o SENHOR havia previsto. Este manteve-se o Deus fiel dos israelitas, como antes. Mas, para a tarefa de libertador, respeitou a vontade do povo, tratando seus reis do modo como procedia com todos deste mundo; segundo Santo Agostinho: abençoando-os quando procediam de acordo com as leis naturais, impressas em suas consciências e nas coisas criadas; e deixando-os amargar as consequências de quando seguiam seu apetite de poder. E ainda continuou pelos próximos mil anos preparando seus eleitos para serem uma bênção para todos os povos.

Finalmente, enviou seu próprio Filho para restabelecer o Reino de Deus aqui na terra, como Salvador, convidando a cada ser humano indistintamente a recebê-lo como seu único Rei e levar a Salvação para todos os povos.

Em nossos dias, dois mil anos depois de nos ser apresentado tal convite, costumamos levar muito a sério se uma pessoa acredita/crê em Deus ou não. Mas não é isso que está em questão. O fato de Ele ser Deus de cada um e de todo mundo não depende de nosso desejo ou de nosso saber; Ele sempre foi e será o que É, independentemente de nossa vontade. A oportunidade que nos dá é de aceitá-lo como Rei, e obedecer voluntariamente sua lei, reconhecendo nossa incapacidade de fazê-lo, pois nisso Ele promete também nos ajudar.

Apesar de tudo, hoje ainda repercute a advertência feita há três mil anos por Samuel em nome do SENHOR ao povo que elegera para ser uma bênção, e parece que tudo continua igual: Insistimos em depositar toda nossa esperança nos poderosos deste mundo, suas armas, suas leis, seus métodos, supostamente para salvar os fracos dos que os atacam e roubam.

Portanto, a advertência ainda é válida. Mas, a visita que o Filho de Deus fez à terra, há dois mil anos, mais a pandemia, hoje, fazem Uma enorme diferença, a seguir.

Se der certo?

 O SENHOR abençoou a última parte da vida de Jó
mais do que a primeira.
Jó 42.12

A teimosia de Jó, finalmente deu certo, embora as vidas ceifadas tenham sido perdidas para sempre. O recomeço também exigiu algumas providências preliminares. De início Deus pediu a Jó que ajudasse os culpados:

Depois que acabou de falar com Jó,
o SENHOR disse a Elifaz, da região de Temã:
- Estou muito irado com você e com os seus dois amigos,
pois vocês não falaram a verdade a meu respeito,
como o meu servo Jó falou.
Agora peguem sete touros e sete carneiros, levem a Jó
e ofereçam como sacrifício em favor de vocês.
O meu servo Jó orará por vocês, e eu aceitarei a sua oração
e não os castigarei como merecem...
Jó 42.7-8

Mas seus amigos não foram os responsáveis pelo que lhe aconteceu. Por que mereciam ser castigados? Jó desprezara a consolação deles, mas eles só queriam ajudar. Mereciam porque não falaram a verdade a meu respeito. Quantos de nós, que não nos consideramos responsáveis pelo que está acontecendo, estamos falando demais nestes tempos difíceis, só pensando em ajudar?!

Hoje, o sacrifício de animais seria dispensado, pois Jesus já cumpriu na cruz essa parte. Mas, os justos também não podem esquecer de que a ordem de orar pelos culpados continua valendo.

E que faziam as autoridades? Jó responde:

Deus entregou o mundo nas mãos dos maus
e cobriu os olhos dos juízes com uma venda.
Jó 9.24

Se alguma vez fui violento com um órfão,
sabendo que eu tinha o apoio dos juízes...
Jó 31.21

Os bens restaurados também não caíram do céu por milagre, nem resultaram de um negócio bem sucedido. Mais gente, comum, ainda entraria em cena, agindo de modo bem diferente:

Todos os seus irmãos e irmãs e todos os seus amigos foram visitá-lo
e tomaram parte num banquete na casa dele.
Falaram de como estavam tristes pelo que lhe havia acontecido
e o consolaram por todas as desgraças
que o SENHOR havia feito cair sobre ele.
E cada um lhe deu dinheiro e um anel de ouro...
Jó 42.11

A seguir: Sem Deus e sem rei.

Que loucura! Pode dar certo!

 Visto como, na sabedoria de Deus,
o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria,
aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação.
Porque tanto os judeus pedem sinais,
como os gregos buscam sabedoria
mas nós pregamos a Cristo crucificado,
escândalo para os judeus, loucura para os gentios;
1 Coríntios 1.21-23

No Reino de Deus, que não é deste mundo, ninguém tem o direito de cobrar por um serviço prestado. Que loucura! Mas, nem um pouquinho? Mais do que isso, em contrapartida:

Assim também vós,
depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei:
Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer.
Lucas 17.10

Assim: deveres máximos + direitos máximos. Tudo de graça.

Essa é a lógica das coisas criadas, da natureza, do bem. Observe uma árvore no seu ciclo anual: desde simples muda, recebe de graça os nutrientes produzidos pelos viventes subterrâneos; emprega o recebido em seu próprio crescimento, manutenção e reprodução; abriga em seus galhos e alimenta muitas espécies de outros vegetais e animais; finalmente, devolve à terra as chamadas sobras em abundância, como frutos não consumidos e folhas já utilizadas, para o preparo de seus novos nutrientes.

É na lógica dos seres racionais, do bem e do mal, que todos os cidadãos têm o direito de receber um pouquinho, mesmo que necessitem muito mais para viver: salário mínimo, idade mínima para aposentadoria, teto de gastos, etc. Em contrapartida, os deveres estabelecidos para todos são também mínimos, mesmo para os que têm muito, sobrando.

Assim: deveres mínimos + direitos mínimos. Tudo caro.

Na lógica só do mal, seria assim: deveres zero + direitos zero. Não paga, não recebe. O mal não subsiste, não é natural, mas não tem poder para destruir o bem, apenas para causar grandes danos no que é bom por natureza. Enquanto e somente se lhe dermos espaço!

Por amor, Deus está nos dando bastante tempo, retardando a vitória final. Também por amor, volta e meia Ele nos dá um puxão de orelha. Não seria o caso desta pandemia? Quando parece que as coisas vão bem, nossa tendência é relaxar e baixar a guarda; talvez, numa situação como esta, a possibilidade real de tudo dar certo venha a nos despertar.

E... Se der certo? A seguir.

Algo pode dar errado

Antes de ser entregue:

...Jesus pegou o cálice de vinho, deu graças a Deus e disse:
- Peguem isto e repartam entre vocês.
...Depois pegou o pão e deu graças a Deus.
Em seguida partiu o pão e o deu aos apóstolos,
Lucas 22.17-19

No caminho de Emaús:

Sentou-se à mesa com eles, pegou o pão e deu graças a Deus.
Depois partiu o pão e deu a eles.
Lucas 24.30

No dia-a-dia das pessoas, que diferença faz se Deus existe ou não, se a Terra é redonda ou plana, se ela gira ao redor do Sol ou o contrário, se o mundo foi criado ou surgiu de uma grande explosão? Em tempos de pandemia, é bom que ele exista, pois só assim a gente pode contar com algo sólido para recorrer. E, quando se é beneficiado com algum tipo de libertação, sai espontaneamente um “Graças a Deus!”, graças também a ele, a única fonte de todo bem, por ter movido alguém para dispensar o socorro.

Somente quem tem fé sabe disso:

É pela fé que entendemos que o Universo
foi criado pela palavra de Deus
e que aquilo que pode ser visto
foi feito daquilo que não se vê.
Hebreus 11.3

Ao garantir mais uma mais vez que o Senhor manterá sua promessa de fazer justiça, Jesus advertiu sobre o que pode de fato dar errado, não de sua parte:

Eu afirmo a vocês que ele julgará a favor do seu povo
e fará isso bem depressa.
Mas, quando o Filho do Homem vier,
será que vai encontrar fé na terra?
Lucas 18.8

As ciências jamais provarão que Deus está na origem do Universo; e o mundo ficará sabendo somente se houver fé suficiente para repartir o que é visivelmente essencial à vida, em nome da única fonte de todo bem, sem esperar nada em troca:

Vocês receberam sem pagar;
portanto, deem sem cobrar.
Mateus 10.8

Que loucura! Pode dar certo! A seguir.