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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

sexta-feira, 29 de março de 2019

A P R O V A D A

“Nós apenas ouvimos falar dela.”
Só Deus conhece o caminho; só ele sabe onde está a sabedoria
porque a sua vista alcança os lugares mais distantes do mundo;
ele vê tudo o que acontece aqui na terra.
...foi então que ele viu a sabedoria, a examinou, e aprovou.
Jó 28.22-27
Gênesis 1.4 – Deus viu que a luz era boa e a separou da escuridão.
“...foi então que ele viu a sabedoria, e a examinou, e aprovou,”
Esse foi o primeiro dia.
Gênesis 1.10 – E Deus viu que o que havia feito era bom.
“...foi então que ele viu a sabedoria, e a examinou, e aprovou,”
Esse foi o segundo dia.
Gênesis 1.12 – E Deus viu que o que havia feito era bom.
“...foi então que ele viu a sabedoria, e a examinou, e aprovou,”
Esse foi o terceiro dia.
Gênesis 1.18 – E Deus viu que o que havia feito era bom.
“...foi então que ele viu a sabedoria, e a examinou, e aprovou,”
Esse foi o quarto dia.
Gênesis 1.21 – E Deus viu que o que havia feito era bom.
“...foi então que ele viu a sabedoria, e a examinou, e aprovou,”
Esse foi o quinto dia.
Gênesis 1.25 – E Deus viu que o que havia feito era bom.
“...foi então que ele viu a sabedoria, e a examinou, e aprovou,”
Gênesis 1.31 – E Deus viu que tudo o que havia feito era muito bom.
“...foi então que ele viu a sabedoria, e a examinou, e aprovou,”
Esse foi o sexto dia.

segunda-feira, 25 de março de 2019

Onde nos perdemos?



Assim termina o Elogio da Sabedoria, a que nos referimos na postagem anterior:
E ele disse aos seres humanos:
"Para ser sábio, é preciso temer o Senhor;
para ter compreensão, é necessário afastar-se do mal."
Nos 15 primeiros versículos de seu livro, Jó é descrito três vezes com quase as mesmas palavras; uma pelo narrador:
homem íntegro e reto, temente a Deus
e que se desviava do mal.
(1.1)
E duas pelo próprio Deus:
homem íntegro e reto, temente a Deus
e que se desvia do mal.
(1.8; 2.3)
Temer a Deus e desviar-se do mal, duas faces da mesma moeda, não existe uma sem a outra. Porém, não são poucos os que dizem temer a Deus, mas que parecem não estar minimamente dispostos a se afastar do mal. Problema simples para Jesus, que coincide com a orientação de Tiago:
Vocês os conhecerão pelo que eles fazem. (Mateus 7.16, 20)
Por outro lado, há também os que se confessam ateus, mas que esbanjam bom comportamento, simples, a sabedoria. Talvez algum deles possa nos explicar como conseguem, pois quem se desvia do mal acaba necessariamente esbarrando no Deus Eterno. Entretanto, por enquanto, nos consola o fato de que pessoas costumam temer coisas que nem sabem dizer o que é. Talvez o chamem de justiça, igualdade, serviço, solidariedade, amor, misericórdia ou outro sinônimo.
Parece que descobrimos onde nos perdemos.
Mas não acabou.

terça-feira, 19 de março de 2019

A sabedoria dos sábios



Quando a humanidade teve condições de registrar os conhecimentos adquiridos através dos tempo, guardados na memória, eles já eram consideráveis. A essa tarefa se dedicaram os chamados sábios. São atribuídos a eles os livros bíblicos de Jó, Eclesiastes, Provérbios e Tiago, além de outras passagens menores.
De início, eles não consideravam como nós o saber uma capacidade própria do ser humano, que nos diferenciaria e nos faria superiores às demais criaturas. O Elogio da Sabedoria, no capítulo 28 do livro de Jó, deixa bem claro a impossibilidade de encontrá-la com nossos próprios recursos, por mais que nos esforcemos. No versículo 23, lemos:
É somente o Eterno, então, que conhece o caminho
de onde está a sabedoria.
E Tiago (1.5) nos tranquiliza:
Mas, se acaso, a alguém, a sabedoria faltar,
então peça já a Deus, e Ele a todos a vai dar,...
...pois é generoso e a todos Ele a dá com Sua bondade.
Isso já bastaria para nos tornar mais humildes quando tratamos do tema, mas, antes de prosseguir, é indispensável observar outro aspecto fundamental para os sábios. Ainda na carta de Tiago (3.13):
Há alguém entre vocês que é sábio e inteligente?
Pois então que prove isso, de um modo convincente,...
...pelo bom comportamento, simples, a sabedoria.
Não bastam diplomas, premiações, nem discursos bem elaborados para comprovar a sabedoria. São indispensáveis ações sábias. Verdade tão evidente que qualquer examinador do Detran conhece bem. O estranho é que se dê tanto valor ao exame prático para conduzir veículos e se dispense para operações bem mais complexas e perigosas, como governar e ensinar, por exemplo.
Pense nisso também para não ficar babando diante de preletores e mestres hábeis em manipular palavras, números, frases e gestos de impacto.
Tem mais.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Haja a ciência


No primeiro dia, Deus disse haja luz, e houve luz; no segundo, haja firmamento, e houve firmamento; no terceiro, ajuntem-se as águas debaixo do céu num só lugar, e assim se fez; no quarto, haja luzeiros no firmamento dos céus, e assim se fez; no quinto, povoem-se as águas de enxames de seres vivente; e voem as aves sobre a terra, e foi o que aconteceu; no sexto, produza a terra seres viventes, e assim se fez.
Ainda no sexto dia, também disse façamos o homem... Façamos?! Quem façamos? Deus não estava só? Muita especulação já se fez e certamente se fará sobre o sujeito plural desse verbo. Muitos não veem mais que um recurso literário. Outros afirmam que o criador se referia às demais pessoas da trindade. Mas podemos igualmente imaginar que estivesse na companhia dos personagens que povoariam os demais relatos bíblicos e cujo surgimento não consta deste da criação, como anjos e espíritos bons e maus, demônios, filhos de Deus e muitos outros, aos quais pouco tempo depois se juntaria o primeiro fantasma, de Abel, que viria a ser seguido por outros e hoje já são incontáveis. Povos não cristãos acrescentariam ainda diferentes deuses, heróis, semideuses, musas, orixás e mais.
Muitos séculos depois, o homem disse haja a ciência, e houve a ciência. E, como Deus fizera com relação a tudo que criara, também o homem viu que a ciência era boa. Ela prometia revelar todas as leis que regem o funcionamento das coisas criadas, poderia controlá-las e até manipulá-las, no bom e no mau sentido. Mas havia um problema, estaria definitivamente fora de seu alcance os feitos protagonizados pelos seres que teriam testemunhado a criação, inclusive as intensas intervenções que nela executam continuamente. Eles foram então declarados inexistentes, irreais. E, como os estudiosos costumavam chamar de mitos os relatos sobre esses fatos, o termo passou a ser tratado como sinônimo de mentira.
O fato é que, sem eles, nem mesmo ciência existiria. Pois é historicamente incontestável que esta resultou do dinamismo por eles desencadeado nas pessoas e entre elas, aguçando seus temores e desejos, sua curiosidade, imaginação e inventividade, durante milênios. É a filha caçula de uma experiente senhora que ainda tem muito a ensinar.

sexta-feira, 15 de março de 2019

Leite derramado


Leia antes, é curto:
 “Quem não Está Atento ao Presente, Tropeça no Futuro...(Esopo)

A bastante conhecida história de Alfred Nobel denuncia em si o grande potencial destruidor das descobertas científicas. Foram suas pesquisas que resultaram na invenção da dinamite, a partir da nitroglicerina, que se tornou muito útil aplicada à construção civil, na abertura de túneis e canais. Felizmente, acima da ciência esse inventor amava mesmo era a paz, de modo que ficou perplexo quando se deparou com a enorme letalidade de sua criatura quando utilizada para outros fins, como na indústria armamentista. Para compensar tais males colaterais, determinou em seu testamento a criação de uma fundação que premiasse anualmente, com a enorme fortuna que acumulara, as pessoas que mais tivessem contribuído para o desenvolvimento da humanidade, os prêmios Nobel.
Diante dos estragos possivelmente irreversíveis que descobertas científicas como esta vêm causando no planeta, a teologia também passou a dar mais atenção às coisas criadas. Entretanto, devemos levar em conta que ela já deteve no passado ainda mais poder do que a ciência nos dias de hoje para impor suas verdades, desde sobre o mais humilde camponês ao mais poderoso dos monarcas. Apesar do notório avanço que sua visão de mundo propiciou ao conhecimento humano, nem por isso obteve também muito êxito em tornar as pessoas mais gentis, mais amorosas e menos egoístas, nem em reduzir o número de guerras no mundo ou alimentar os famintos.
Parece que tanto a teologia quanto as ciência estejam precisando rever sua maneira de olhar as coisas que foram criadas, antes que elas desistam de vez desses seres minúsculos que se consideram inteligentes, superiores a elas. Isso se a sua inteligência já não os tiver levado a se destruírem eles próprios.
Considerando que ambas resultaram de um longo processo desencadeado entre os seres humanos desde os primórdios, impulsionado por seus temores e desejos, sua curiosidade, imaginação e inventividade, seria oportuno verificar essa atividade numa época mais próxima possível do início da caminhada, para tentar descobrir onde acabamos nos perdendo.
Segue.

quarta-feira, 6 de março de 2019

Resultados da ciência


...os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder,
como também a sua própria divindade,
 claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo,
sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.
Romanos 1.20
Talvez por não ter dado a devida atenção ao apóstolo e negligenciado as coisas que foram criadas como caminho para conhecer os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, é que a Igreja veio mais tarde a ter problemas com descobertas da ciência, que aprofundara seus métodos de conhecimento do mundo físico, no domínio da criação. São exemplos as teorias da esfericidade do planeta Terra, de sua órbita solar e, mais recentemente, a da evolução das espécies.
Nesse embate, a autoridade da ciência acabou se impondo sobre praticamente todos os domínios da atividade humana, em virtude e unicamente de sua prodigiosa capacidade de produzir resultados (palavras de Monod), nada desprezíveis, na verdade. Até a própria igreja sucumbiu aos encantos de seus resultados e acabou aceitando e servindo-se mesmo de seus métodos na busca de conhecimento no domínio das coisas criadas.
Entretanto, as teorias científicas são portadoras de uma deficiência grave, para a qual nos alertou o destacado cientista recém-falecido, Steve Hawking:
No passado, sem dúvida foi verdade que o que chamamos de inteligência e descoberta científica transmitiu uma vantagem na sobrevivência. Não está claro que esse ainda seja o caso: nossas descobertas científicas podem muito bem nos destruir...
Está no ar também a dúvida do igualmente respeitado físico e filósofo Paul K. Feyerabend:
 ...devemos ficar atentos a tudo que demonstre uma “prodigiosa capacidade de produzir resultados”... embora não tenha tornado as pessoas mais gentis, mais amorosas e menos egoístas? Embora não tenha reduzido o número de guerras no mundo ou alimentado os famintos?


segunda-feira, 4 de março de 2019

Ninguém torce contra



“no samba, ninguém torce contra.
Todas as escolas têm raízes profundas
e são divinas, maravilhosas.
Hoje, deparei-me com esta frase do colunista Octávio Costa, no Jornal do Brasil.
Entendo quase nada de carnaval, mas tive de concordar.
Aí, aquela vozinha chata que todos temos dentro de nós, falou:
Mas as escolas de samba têm problemas muito sérios...!
É! Tal fato, entretanto, não tira a razão do colunista. Por mais sérios que sejam seus malfeitos, eles não chegam a ofuscar o brilho do espetáculo fim.
E ocorreu-me que nossas igrejas também têm problemas muito sérios.
Então, comecei a sonhar: se os cristãos, em lugar de ficar criticando uns aos outros, se pusessem a mostrar a que vieram com a mesma paixão de um folião, talvez um dia, um jornalista indagado sobre a igreja de sua preferência, pudesse responder: mesmo com sérios problemas...
...Todas as igrejas têm raízes profundas
e são divinas.
Certamente, não caberia o maravilhosas.