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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Política, negócios, CIÊNCIAS... E RELIGIÃO


Continuação da postagem POLÍTICA, NEGÓCIOS... E RELIGIÃO.

Religiosos poderosos seguidamente procuram inviabilizar ou desacreditar atividades científicas que possam relativizar doutrinas que fundamentam a manutenção de seus privilégios, mas muitas conquistas das ciências deveram-se também à inspiração religiosa. Santo Agostinho, bispo de Hipona, por exemplo, muitos séculos antes de Einstein demonstrar cientificamente a relatividade do espaço e do tempo, baseado em premissas teológicas, já afirmava que este último era uma propriedade do universo criado por Deus e não existia antes dele. Foi um padre, Copérnico, quem primeiro percebeu que a terra não era o centro do universo, pois gravitava em torno do sol; teoria que levou mais de um século para ser demonstrada pelos cientistas Kepler e Galileu. Gregório Mendel, o Pai da Genética, era monge agostiniano. Quem sugeriu pela primeira vez que o universo teria se originado em algo semelhante ao Big Bang, Georges Lemaître, também era padre.

A respeito dos muçulmanos, cito Dennis Overbye: Comandados pelo Corão para buscar o conhecimento e ler a natureza através dos sinais oferecidos pelo Criador... A língua árabe foi sinônimo de instrução e ciência durante quinhentos anos, uma idade de ouro que pode contar entre seus créditos com os antepassados das modernas universidades, a álgebra, os nomes das estrelas e até a noção de ciência como investigação empírica. No ocidente, vivia-se então a idade das trevas.

A religião, de fato, não se mistura com política, economia, nem com as ciências empíricas; as tentativas de fazê-lo sempre causaram muitos danos. Mas são igualmente inseparáveis, sob pena de também ocasionar muitos prejuízos. A religião constitui ao lado de cada uma dessas atividades o segundo trilho da ferrovia sobre os quais se apóia o trem da sociedade rumo ao seu destino, em todos os ambientes em que ele se move. Os trilhos não podem ser misturados; sempre juntos, devem manter uma distância constante; quando se aproximam ou se afastam demais, é desastre na certa. A humanidade não pode prescindir do esforço próprio da religião para harmonizar seu comportamento com a ação sábia e amorosa de Deus em curso, a fim de ser bem sucedida em seus empreendimentos, de qualquer natureza. É a via que busca apontar e acompanhar a sociedade ao destino mais seguro e pela rota mais confortável.

Além disso, a verdadeira religião move-se também em raia própria, missão para a qual ela dispõe dos requisitos: a formação do caráter das pessoas, em termos laicos. Ou melhor, convencer os indivíduos a preocuparem-se, antes de tudo, com o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama, conforme as palavras do apóstolo aos filipenses. Do que mais carece o mundo em nossos dias, certamente, é que as religiões se dediquem com mais empenho nesse afã que lhe é próprio.


Referência bíblica:
Filipenses  4.8