Translate

Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

sábado, 19 de setembro de 2015

Que livro é esse?

Oh! Dá-me esse livro!
- John Wesley
Que livro é esse que todos conhecem e se dão ao trabalho de levá-lo em consideração de alguma maneira? Os estudiosos sérios comparam os conhecimentos adquiridos em suas especialidades com o que ele diz ou aparenta dizer a respeito e, em geral, preocupam-se em emitir seus comentários. Os apenas letrados, incluindo os pouco alfabetizados, são com certeza os que mais o manuseiam, o lêem e o estudam. Até analfabetos o conhecem e o valorizam muito.
Talvez nenhum outro objeto de pesquisa tenha contado para sua elucidação com tanta diversidade de profissionais, entre eles: historiadores, geógrafos, geólogos, arqueólogos, paleontólogos, hermeneutas, linguistas, gramáticos, tradutores, físicos, químicos, astrônomos...
Não é um livro qualquer. Para início de conversa, contou com a contribuição de uma infinidade de autores, a grande maioria só identificada em linhas gerais, procedentes dos mais variados meios, culturas, e épocas, como sábios, sacerdotes, reis, historiadores, poetas, legisladores, boiadeiros e pescadores. Muitas de suas partes circularam na forma oral antes de serem postas na forma escrita. No caminho entre a origem de cada uma até a forma atual, foram aumentadas, modificadas, cortadas, reescritas, selecionadas, corrigidas pelas mãos que passaram, sempre com a intenção de melhorar sua forma. E os esforços para conservá-lo sempre atual continuam intensos em todos os níveis.
A humanidade se encontra em torno dele, nele compartilha seus conhecimentos e experiências espirituais, dialoga, aprende, se consola, se apoia, se anima. Ignorá-lo é viver noutro mundo. Até você sabe qual é. Não o despreze.

domingo, 13 de setembro de 2015

Estado laico 4

A idéia de um estado laico é bastante atraente. Mas nem por isso deixa de causar estranheza, principalmente entre os que valorizam a religião. É difícil imaginar uma situação que não tem precedentes na história. Mesmo depois que foi estabelecida a separação entre igreja e estado, os dois ainda continuaram convivendo numa proximidade apenas comparável ao matrimônio, ora em cumplicidade, ora em grande tensão. Nossos locais públicos estão de tal maneira impregnados com símbolos de diversas religiões, que recentes sugestões para retirá-los soaram como uma verdadeira amputação.
O próprio termo laico foi tomado do vocabulário religioso. Laico, ou leigo, é até hoje empregado para designar o crente comum, em contraposição ao clérigo, o sacerdote ou ministro ordenado. Foi por analogia que passou a ser aplicado às  pessoas que não possuem conhecimento aprofundado sobre qualquer área específica do conhecimento humano, ao contrário do especialista ou conhecedor.

É significativo também que essa designação provenha de uma palavra grega que significa povo, literalmente. Desse modo, muito apropriada para qualificar um estado democrático, onde todo poder emana do povo e em seu nome é exercido. Mas, existiria outro lugar onde a religião se sinta tão à vontade senão no meio do povo?