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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Onde está o menino?


- Onde está o menino que nasceu para ser o rei dos judeus?
- Mateus 2.2

Certas perguntas pronunciadas nos tempos bíblicos atravessaram os séculos e insistem em ecoar em nossos ouvidos até hoje. Uma delas é a que os sábios do Oriente dirigiram a Herodes:
- Onde está o menino?
Até ontem, dia de Natal, poderíamos ter inclusive dificuldades em contestar, pois simulacros dele estavam por toda parte, nas casas, nos templos, nas vitrines, nos centros comerciais, nas praças..., nos locais mais inusitados, até debaixo d’água.
Esses simulacros irão aos poucos desaparecer, mas a pergunta insiste em importunar, principalmente aquelas e aqueles que se dizem seus seguidores, seus discípulos, amigos, companheiros,...  e outras intimidades.
 A verdade é que esse menino cresceu, andou pela Palestina ensinando e fazendo o bem. Foi finalmente apanhado, condenado, crucificado, morto e sepultado. Ao terceiro dia, ressurgiu dos mortos com a promessa que estaria com as pessoas até...
Mas, à medida que os simulacros do menino desaparecem, percebe-se que outra pergunta se impõe:
- Por onde anda o ressuscitado?

As próximas postagens poderão ajudar nessa busca.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Para encarar o tempo mau


 Quando essas coisas começarem a acontecer,
fiquem firmes e de cabeça erguida, ..
.
- Lucas 21.28

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Deus não existe!?




Deus apareceu a Adão e Eva no Paraíso. – Gênesis 3.8

Deus ouviu o choro do bebê Ismael no deserto. – Gênesis 21.17

Deus impediu Abraão de sacrificar seu filho. - Gênesis 22.11-12

Deus desceu com sua corte para falar com Jacó. - Gênesis 28.11-13

Deus falou com Moisés de uma sarça em fogo. – Êxodo 3.2-4

Deus acordou Samuel no meio da noite: Samuel, Samuel!
        – 1º Samuel 3.4

Deus chamou a Isaías no Santuário. – Isaías 6.8
...

Deus habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. – João 1.14

Deus derrubou Paulo do cavalo. – Atos 9.3-4

Deus está esperando você fechar a porta do quarto,
ainda que simbolicamente, para falar com você. – Mateus 6.6


E tem pseudo-cientista insistindo que ele não existe 
porque ninguém o viu criando o universo.




segunda-feira, 3 de outubro de 2016

QUEM não gosta de um agrado?


eu procuro, em tudo, ser agradável a todos,
 não buscando o meu próprio interesse
- 1ª Coríntios 10.33

Pois é, vimos na última postagem que agradamos a Deus sempre que agradamos a nossos inimigos, mas nem sempre isso acontece quando procuramos agradar a nossos amigos.  Mas é mesmo impossível quando buscamos o nosso próprio interesse.
O problema é que costumamos pensar no pecado como uma coisa horrível, tão detestável que temos dificuldades em reconhecer que desejos ingênuos possam nos tornar pecadores. Mas, vejamos: qual foi o pecado de Eva? Maldisse a Deus? Não. Matou alguém? Não. Sequer chamou Adão de tolo, sujeitando-se assim, segundo Jesus, ao inferno de fogo. O que ela fez foi comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Os teólogos discutem até hoje o que isso significa. Mas não é o mais importante. O que consta é que ela comeu, gostou e ofereceu ao marido. Seu mal foi apenas buscar o seu próprio interesse, agradar a si própria, em detrimento da aprovação e da vontade divinas. Achou que pudesse cuidar de si mesma e de seu companheiro melhor do que quem os criou com amor.
As pessoas deste mundo têm até a firme convicção de que, se cada um procurar seu próprio interesse, resultará o bem de todos. Como isso nem sempre funciona, criaram outra regrinha: o direito de cada um termina onde começa o direito do outro, o que também não ocorre na prática. Acontece que, quando Deus colocou suas criaturas no jardim, não se preocupou em separar um lado para Adão e outro para Eva, a fim de que cada um cuidasse do seu. Quando disse multiplicai-vos, enchei a terra, não orientou para que a dividissem entre seus descendentes, nem ao menos que o fizessem em partes iguais.
Se quisermos agradar a Deus, esqueçamos nossos interesses, nossos sonhos, nossos projetos, nossas vontades. Deixemos que ele cuide disso, que sua vontade seja feita, pois ela nos resultará bem mais agradável do que a nossa própria. Cuidemos de tratar os inimigos como ele quer, para que haja PAZ, e assim também os amigos, para que haja JUSTIÇA.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

desAGRADAR A QUEM?


Será que agora estou querendo agradar as pessoas?
Se estivesse, eu não seria servo de Cristo.

- Gálatas 1.10b

Estas palavras da segunda parte do versículo dez não servem para justificar nossas atitudes que muitas vezes desagradam outras pessoas. Afinal, o que agrada a Deus, o que tem sua aprovação, qual a sua vontade? O Filho deixou bem claro:
Amem os seus inimigos e façam o bem para os que odeiam vocês. Desejem o bem para aqueles que os amaldiçoam e orem em favor daqueles que maltratam vocês...   E, se vocês fazem o bem somente para aqueles que lhes fazem o bem, o que é que estão fazendo de mais? Até as pessoas de má fama fazem isso.
Veja bem, os maus vão sempre agradar aos maus. Se os bons continuarem agradando apenas aos bons e desagradando os maus, o mundo continuará sendo sempre o mesmo. Ele somente será salvo quando os bons fizerem o bem também aos maus. Foi isso que o apóstolo quis dizer quando instou os romanos a vencer o mal com o bem e os orientou a agradar o seu irmão ou a sua irmã, para o bem deles, a fim de que eles cresçam na fé. Atitude que ele mesmo tomara como regra, como declarou aos coríntios: eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos.
É fácil perceber que agradar o inimigo possa resultar em bem para muitos. O difícil mesmo é conseguir agradar a Deus e aos amigos. Amizades geralmente se consolidam em torno de interesses, troca de favores, e muitos que se consideram nossos amigos costumam esperar um tratamento diferenciado, privilegiado, que nem sempre têm a aprovação divina. Podemos até afirmar com segurança que Deus espera que demos aos amigos o mesmo tratamento que dispensamos aos que nos odeiam, pois só assim o mal será vencido e o mundo salvo.

Referências bíblicas:
Lucas 6.27-28, 33; Romanos 12.21; 15.2; 1ª Coríntios 10.33.

sábado, 24 de setembro de 2016

Agradar a quem?


Por acaso eu procuro a aprovação das pessoas?
 Não!
 O que eu quero é a aprovação de Deus.
- Gálatas 1.10

Quem não gosta de um agrado?
Todos nós sabemos do valor de um agrado. Tanto, que estamos constantemente nos esforçando para agradar alguém. Sabemos também como isso é difícil. Quantas vezes erramos feio!
Não seria demais afirmar que as relações interpessoais são movidas a agrados. Na família, na escola, no trabalho, ...e na política. Os relatos do Novo Testamento, por exemplo, deixam transparecer o quanto que os chefes judeus se empenhavam para agradar aos romanos, e estes, para agradar aqueles. Os primeiro entregaram a Jesus e, depois, seus seguidores para que aqueles que os dominavam não ficassem aborrecidos e acabassem com os privilégios que tinham. Por sua vez, as autoridades do império, prendiam e matavam os que protestavam contra os líderes submissos, porque a lei destes os proibia de fazê-lo, prestando-lhes esse serviço a fim de que não lhes criassem problemas.
A situação de Saulo parecia cômoda: cidadão romano e, ao mesmo tempo, fariseu. Com as perseguições, agradava e poderia obter favores de ambos os lados. Mas é possível também que o futuro apóstolo se sentisse incomodado com sua própria atuação e começasse a desconfiar que alguma coisa estava errada: como podia tamanha violência agradar tanto a opressores como a oprimidos? Imagino que ele pensava nessa contradição quando cavalgava a caminho de Damasco e, de repente, achou por bem prestar atenção na voz do perseguido: seu ser todo foi iluminado de tal maneira que o cegou e, literalmente, caiu do cavalo. Então, tomou uma decisão radical: não procurar agradar pessoas, mas a Deus, acima de tudo.
Quantas vezes enfrentamos esse drama, nos relacionamentos familiares, escolares, profissionais, políticos... no qual, favorecer alguém que nos cobra implica em ferir a outrem que nos é caro. Agradar a Deus acima de tudo é a saída.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Independência e VIDA


- Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos,
serão, de fato, meus discípulos
e conhecerão a verdade,
 e a verdade os libertará.
- João 8.31-32


Os dicionários informam sobre os muitos sentidos que tem o verbo conhecer, sendo que o mais aplicado mesmo é passar a saber. Na bíblia, com certeza, não se resume a isso. Em versões mais antigas, por exemplo, constava que conheceu Adão a Eva, ...e ela concebeu; posteriormente, o mesmo versículo dizia coabitou o homem com Eva...; e, mais recentemente, Adão teve relações com Eva... Concluimos então que, para o livro sagrado, conhecer a verdade significa sobretudo coabitar com ela, ter reLações tão íntimas a ponto de procriar com ela, ser com ela uma só pessoa, como foi o primeiro casal.
Do mesmo modo, no versículo transcrito acima, não se trata de um ato apenas intelectual, mas de obediência, ou seja, agir de acordo com a verdade. Quem assim não procede é prisioneiro de sua própria mentira, da falsidade em que se encontra enredado. Exemplo atual são os políticos cuja situação os constrange a ocultar o quanto podem seus verdadeiros partidos e aliados; que coabitam com a escravidão, têm com ela relações, e com ela geram filhos. Por outro lado, quem vive a verdade, traz a liberdade dentro de si, única capaz de romper todo tipo de cadeia.
Sabendo disso, poderemos dar um significado ainda mais profundo ao moto de D. Pedro: INDEPENDÊNCIA OU MORTE. Costuma-se interpretá-lo pobremente, como a disposição de lutar pela liberdade até a morte, a sua e, principalmente, a dos outros. Mas pode ser visto também como a afirmação de que temos diante de nós duas realidades incompatíveis: morte e independência. Esta extingue aquela. Na liberdade é que reina a vida. Por isso, que nos mova: INDEPENDÊNCIA E VIDA.

Referência bíblica:
Gênesis 4.1

terça-feira, 30 de agosto de 2016

OS MORNOS


... porque são apenas mornos,
nem frios nem quentes,
vou logo vomitá-los da minha boca
.
- Apocalipse 3.16
Independentemente das pedaladas, o que acontece hoje em Brasília é na verdade um embate entre dois projetos de nação para o Brasil diametralmente opostos. Embate que não se extinguirá com a decisão dos senadores, seja ela qual for e por mais importância que tenha.
Muito mais determinante serão certamente as próximas eleições municipais, quando os brasileiros terão a oportunidade de agraciar com seu voto os candidatos que comprovarem estar empenhados na construção do futuro que lhes convém. Infelizmente, em suas campanhas recém iniciadas, estes têm demonstrado pouca vontade em revelar abertamente até mesmo os partidos a que pertencem. Não é aceitável que venham reivindicar o voto soberano dos cidadãos e cidadãs sem declarar com clareza e defender com toda a honestidade o projeto ao qual colocarão a serviço os seus mandatos.
Hoje, salta aos olhos como nunca o que está verdadeiramente em jogo. Portanto, faz-se indispensável que cada eleitor e cada eleitora exijam essa postura dos candidatos que solicitarem seu apoio, principalmente daqueles nos quais têm votado eleição após eleição sem conhecer devidamente os reais compromissos dos mesmos.

Já é hábito os pretendentes a cargos eletivos ficarem em cima do muro durante suas campanhas demagógicas, até tomarem posse, quando então escolhem o lado que lhes ofereça maiores vantagens. Entretanto, os dois caminhos que estão diante da nação são tão antagônicos, divergem tanto um do outro, de modo que os separa não apenas um muro, mas um enorme fosso, um verdadeiro fosso sanitário. Os candidatos que não declaram com clareza o lado que escolheram revelam estar submersos nesse fosso fétido, restando aos eleitores apenas puxar a descarga. Estes, se aspiram privilégios, terão dificuldade em encontrar um pretendente honesto, e se absterão “por motivo de consciência”, indo fazer companhia aos mornos.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Política, negócios, CIÊNCIAS... E RELIGIÃO


Continuação da postagem POLÍTICA, NEGÓCIOS... E RELIGIÃO.

Religiosos poderosos seguidamente procuram inviabilizar ou desacreditar atividades científicas que possam relativizar doutrinas que fundamentam a manutenção de seus privilégios, mas muitas conquistas das ciências deveram-se também à inspiração religiosa. Santo Agostinho, bispo de Hipona, por exemplo, muitos séculos antes de Einstein demonstrar cientificamente a relatividade do espaço e do tempo, baseado em premissas teológicas, já afirmava que este último era uma propriedade do universo criado por Deus e não existia antes dele. Foi um padre, Copérnico, quem primeiro percebeu que a terra não era o centro do universo, pois gravitava em torno do sol; teoria que levou mais de um século para ser demonstrada pelos cientistas Kepler e Galileu. Gregório Mendel, o Pai da Genética, era monge agostiniano. Quem sugeriu pela primeira vez que o universo teria se originado em algo semelhante ao Big Bang, Georges Lemaître, também era padre.

A respeito dos muçulmanos, cito Dennis Overbye: Comandados pelo Corão para buscar o conhecimento e ler a natureza através dos sinais oferecidos pelo Criador... A língua árabe foi sinônimo de instrução e ciência durante quinhentos anos, uma idade de ouro que pode contar entre seus créditos com os antepassados das modernas universidades, a álgebra, os nomes das estrelas e até a noção de ciência como investigação empírica. No ocidente, vivia-se então a idade das trevas.

A religião, de fato, não se mistura com política, economia, nem com as ciências empíricas; as tentativas de fazê-lo sempre causaram muitos danos. Mas são igualmente inseparáveis, sob pena de também ocasionar muitos prejuízos. A religião constitui ao lado de cada uma dessas atividades o segundo trilho da ferrovia sobre os quais se apóia o trem da sociedade rumo ao seu destino, em todos os ambientes em que ele se move. Os trilhos não podem ser misturados; sempre juntos, devem manter uma distância constante; quando se aproximam ou se afastam demais, é desastre na certa. A humanidade não pode prescindir do esforço próprio da religião para harmonizar seu comportamento com a ação sábia e amorosa de Deus em curso, a fim de ser bem sucedida em seus empreendimentos, de qualquer natureza. É a via que busca apontar e acompanhar a sociedade ao destino mais seguro e pela rota mais confortável.

Além disso, a verdadeira religião move-se também em raia própria, missão para a qual ela dispõe dos requisitos: a formação do caráter das pessoas, em termos laicos. Ou melhor, convencer os indivíduos a preocuparem-se, antes de tudo, com o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, de boa fama, conforme as palavras do apóstolo aos filipenses. Do que mais carece o mundo em nossos dias, certamente, é que as religiões se dediquem com mais empenho nesse afã que lhe é próprio.


Referência bíblica:
Filipenses  4.8

sábado, 28 de maio de 2016

POLÍTICA, NEGÓCIOS... E RELIGIÃO


Discute-se amplamente hoje a relação política e religião. O sentimento geral é de que não devemos misturá-las, bem como com referência à relação desta com a economia. Os que atuam nessas áreas têm concepções distintas, ou nenhuma, sobre religião, o que dificulta grandemente o diálogo. Adotemos a que parece mais difundida entre as pessoas comuns e procede da etimologia do termo que a designa: religião = religação. Seria o esforço do homem em recuperar a harmonia perdida entre seu comportamento e a ação sábia e amorosa de Deus na criação e na manutenção do que existe, do que vive.

Temos de reconhecer que a maioria das práticas dos que se dizem religiosos, em todos os tempos, não condizem com essa concepção. Seus princípios são inventados ou distorcidos para servir a interesses individuais e de grupos, sejam políticos, econômicos ou de qualquer natureza. Mesmo instituições consideradas religiosas chegam a comportar-se como verdadeiros partidos na busca de espaço político; ou como empresas comerciais que se orientam pelas perversas leis chamadas de mercado.

Seus seguidores também não esperam que elas os ajudem a recuperar a harmonia de seu comportamento com a ação de Deus, de modo que não fazem jus à denominação de crentes e muito menos de fiéis. Buscam nelas as soluções e os benefícios que não lhes são oferecidos pelo estado, na pessoa dos políticos, nem são encontrados para serem comprados no mercado. Mas a relação com elas é semelhante, de súditos, de militantes ou de consumidores.

       Mesmo a história do cristianismo está repleta de exemplos horríveis desse tipo de comportamento, mas não podemos ignorar também a importante contribuição de organizações e pessoas cristãs, ancoradas em sua fé, para a preservação e o aperfeiçoamento da democracia, promoção e defesa dos direitos da pessoa humana, bem como na proposição e incentivo a práticas econômicas mais justas e includentes. O mesmo acontece com o Islã; devido à flexibilidade de sua doutrina, sua história está repleta de atrocidades praticadas em seu nome, mas também de formidáveis regimes pluralistas que inspirou, também protetores da diversidade e do intercâmbio em várias áreas.

terça-feira, 17 de maio de 2016

E Deus criou...

Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra
e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, 
e o homem passou a ser alma vivente.
- Gênesis 2.7

Como você visualiza a cena descrita no versículo acima? Costumamos imaginar um velhinho de barbas brancas, vestido à oriental, ao lado de uma fonte de água, um rio, poço, ou simples cacimba, moldando um boneco de barro e depois soprando em suas narinas. Observe que todos esses elementos foram introduzidos por nossa própria conta; o velhinho, a barba, o vestuário, a fonte... não constam do texto. E essa imagem mais parece fazer parte de uma historinha infantil e talvez não corresponda à magnitude do evento.
Poderíamos igualmente descrevê-la de várias outras maneiras. Seríamos talvez ainda mais fieis ao texto sagrado se imaginássemos o Espírito que pairava sobre as águas, mencionado no segundo versículo do Gênesis, levantando a poeira do solo como um redemoinho e consolidando-a na forma de uma pessoa humana e, por fim, introduzindo um pouco de ar nos orifícios nasais. Estaria mais conforme a inúmeras outras ações divinas espetaculares de que temos notícia. Por outro lado, pode ser confundida como uma daquelas incríveis tomadas cinematográficas que ninguém leva a sério.
As ciências, por sua vez, descrevem o episódio formação do homem obedecendo a um processo bem mais complexo, pois não se concentram apenas na respiração, mas visam todas as funções vitais de nosso corpo. Essa versão não menciona a ação divina, mas é tão compatível com o texto sagrado quanto as mencionadas nos parágrafos anteriores, e com tantas quantas a inventividade humana possa criar. Para quem crê, o Deus que transparece por trás dela faz-se muito maior, mais poderoso, do que um simples oleiro esculpidor de bonecos de barro, sem desprezar a dignidade de que se reveste esse ofício. No mais, sem a versão científica, seriam impensáveis a medicina moderna e os conhecimentos sobre as funcionalidade do corpo humano, com seus insondáveis benefícios que elevam a cada dia a qualidade de vida de todos nós a patamares sempre surpreendentes. Sem dúvida, por trás disso tudo tem que ter o dedo, ou o sopro, de Deus. Quem tem olhos para ver veja.
Mas a versão bíblica, a mais simples, que tão pouco informa sobre a funcionalidade do corpo, do mundo e do universo, é que nos ensina sobre o mais importante, o mais vital, muito maior do que todas as ciências juntas possam alcançar: Deus fez. Fico com essa.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Mais que MÃE: Mulher

Compartilho com as mulheres-mães dois poemas bíblicos que não tratam da maternidade especificamente. Versão em trova de José Assan Alaby.

O primeiro encontra-se no capítulo 31 de Provérbios e trata da
mulher virtuosa.


Além de educar, a mulher virtuosa negocia: Examina, pra comprar / propriedade, com dinheiro / – fruto só do seu labor –, / plantar, nela, uma vinha, / uvas de muito valor... / Ela faz cintos e roupas / – coisa pra ser revendida. Faz política: Pobres e necessitados, / ela ajuda com carinho. / Contra o frio, são amparados . É inteligente: Fala com sabedoria, / fala com delicadeza.

O segundo poema bíblico, nos capítulos quatro e cinco de Cântico dos Cânticos, trata da mulher amante:


Provérbios alerta: Formosura é ilusão, pois pode ser reduzida a simples mercadoria e lançar quem a possui nas situações mais degradantes. Então, conclui: mulher que teme a Deus é bem dita por Deus-Pai.

 E os Cânticos exaltam quão digna pode esta também ser como amante. 
Juntam-se as duas e se obtém tudo o que precisa para ser MÃE, e muito mais.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

TEMOR E SABEDORIA


Para ser sábio,
é preciso primeiro temer ao Deus Eterno.
Os tolos desprezam a
sabedoria
e não querem aprender
- Provérbios 1.7

Usando uma expressão que já foi do gosto de muitos pregadores, diria que a derrota que sofreu a Presidente no último domingo foi de fato impactante. Entretanto, muitas vezes mais impactante foi as vezes que foi invocado o nome de Deus em vão, o qual se usou e abusou, entremeando raivosas expressões de ódio. Apesar desta prática já fazer parte de nosso cotidiano, de modo que geralmente nos passa desapercebida, o exagero foi tanto que chegou até a impactar os demais presentes na Casa.
Portanto, não é se estranhar que, depois de assim proceder, transparecessem de suas demais palavras uma profunda ignorância, pois, para ser sábio, é preciso temer ao Deus Eterno. Ignorância a respeito da responsabilidade específica de um parlamentar, ignorância a respeito da dignidade que deve cingir quem senta numa cadeira do Parlamento, ignorância inclusive a respeito da própria matéria sobre qual se deliberava, e assim vai. São tolos que desprezam a sabedoria e não querem aprender.
É sabido que o simples fato de conhecer a Deus não constitui nenhum mérito, pois até Satanás o conhece. O mais grave é que este o teme, pelo menos. Será por isso que é tão esperto? Por que Deus lhe daria tanta sabedoria? Eu não sei, mas desconfio que seja para chupar a inteligência de quem o ofende.

terça-feira, 5 de abril de 2016

A VITÓRIA QUE IMPORTA


Mas, seguindo a verdade em amor, 
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo,
- Efésios 4.15
Testemunhamos hoje no Brasil um confronto acirrado entre os que se posicionam a favor e contra o impedimento de sua presidente. Existem cristãos perfilados nos dois lados que não percebem nesse embate irromper uma batalha bem mais abrangente, a qual para eles deveria ser a que realmente importa. Refiro-me à luta pela riqueza representada por duas palavrinhas que compoem o texto citado acima, tão amplamente reconhecida que dispensaria mesmo a evocação da autoridade bíblica: verdade e amor.
Para alcançarem seus intentos, é gritante o abuso que contendores de todos os níveis fazem da mentira deslavada, das falsas verdades, dos fatos distorcidos, de citações infundadas, evocação indevidas de pretensas autoridades e outros engodos. Há os que inventam e os que simplesmente ingenuamente passam adiante, crentes que estão marcando um golaço. Para reforçar, temperam-se os argumentos com uma generosa dose de ódio, raiva, depreciação maliciosa, ofensas, incitação à violência...
Quem assim procede rendeu-se ao inimigo, já é e continuará sendo um perdedor, seja qual for o resultado do embate político, pois, do enfrentamento do mal com o mal sempre vence o mal maior; aí estão as guerras e as ditaduras como prova. Só o bem e o amor podem derrotá-lo: Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
...alegria têm os que aconselham a paz.
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Referências bíblicas:Provérbios 12.20; Romanos 12.21; Efésios 4.15.

domingo, 3 de abril de 2016

COM DEUS NÃO TEM BARGANHA


Se eu quero que ele permaneça até que eu venha,
que te importa?
Quanto a ti, segue-me.
- João 21.22
 Alguma coisa ele fez! Eu não mereço! Não é justo! Exclamações desse tipo ouvimos inúmeras vezes todos os dias. As pessoas pensam que as boas ações devem sempre ser compensadas com alegrias, e as más, sempre com aborrecimentos, apesar de constatarem na vida diária que as coisas nem sempre funcionam dessa maneira. Não é um problema dos tempos atuais, desde os primórdios os homens se esforçam por solucioná-lo.
O livro bíblico de Jó faz coro com sábios de todo Oriente antigo na busca de uma resposta. O protagonista é justo tanto aos seus próprios olhos quanto aos olhos de Deus, de modo que não consegue compreender a situação em que se encontra, que lamenta profundamente. Os amigos que vêm para ajudá-lo já têm a resposta pronta: Alguma você aprontou! E procuram convencê-lo por meio de longos e elaborados discursos. Finalmente, Deus toma a palavra. A quem dá razão? Ira-se contra os amigos, porque não dissestes de mim o que era reto. Não sem antes dar uma verdadeira espinafrada em Jó, como que para deixar claro que toda a justiça que alegara ter praticado não o tornava merecedor do menor favor divino: Quem é esse que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento? Se decidisse restituir a fortuna de seu servo, como o fez, seria única e exclusivamente fruto de sua vontade livre e soberana.
Os evangelhos não conseguem dissimular certa ciumeira que havia entre os discípulos com relação à proximidade do mestre com João, o qual chega mesmo a referir-se a si próprio como aquele que Jesus amava. Foi o que levou Pedro a perguntar a este, referindo-se àquele, E quanto a este?, imediatamente após o mestre sugerir com que tipo de morte Pedro haveria de glorificar a Deus. Jesus limitou-se a responder: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me.
É difícil aceitar. Parece injusto, aos homens. Mas a justiça de Deus consiste exatamente em distribuir gratuitamente seus favores e ela se manifesta entre nós sempre que alguém serve sem esperar retorno e quem recebe não é constrangido a pagar por isso. Sem barganha: já não haverá mais luto, nem pranto, nem dor, pois as primeiras coisas passaram.
Com Deus não tem barganha.
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Referências bíblicas:

Jó 38.2; 42.8; João 21.18-22; Apocalipse 21.4.
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Referências bíblicas: Jó 38.2; 42.8; Jo 21.18-22.

domingo, 27 de março de 2016

A crise à luz da PÁSCOA


Trabalhai, não pela comida que perece, 
mas pela que permanece para a vida eterna.
- João 6.27

É sempre temerário comparar fatos atuais com eventos bíblicos. Mas, paradoxalmente, a Revelação tem como propósito exatamente lançar luzes sobre o comportamento humano em todos os tempos. Sendo assim, temos de correr o risco. Afinal, que adianta se emocionar com as múltiplas encenações da Paixão sem aprender nada sobre a Vida?
O povo que recebeu a alcunha de plebe maldita percebeu que o Reino dos Céus estava próximo quando sentiu que suas necessidades básicas, cura e alimento, estavam sendo atendidas gratuitamente através dos milagres de Jesus. O evangelista João refere-se a esses feitos como sinais, do Reino. Algo semelhante vem acontecendo entre nós há pouco tempo, o que pode ser interpretado como a justiça divina alcançando os marginalizados.
Mas tais conquistas devem ser vistas, não como um bem em si, e sim como sinais de algo muito maior. Vai nesse sentido a admoestação do mestre aos que, alimentados no monte, atravessaram o lago no dia seguinte simplesmente atrás de mais comida: Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que permanece para a vida eterna.
Assim como na Semana Santa, tais sinais sempre ascendem a esperança dos pobres e causam grande alvoroço entre certas autoridades, só que o personagem principal não está mais ao alcance delas. Por isso, em situações semelhantes, sempre se encontra alguém, necessariamente, para pegar pra cristo, como afirma a sabedoria popular, e entregar à execração pública, por evidente falta de motivos reais para crucificá-lo.

Cristo vive! Alegrai-vos!