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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

P A R E

É hora de relembrar minha postagem de 19 de fevereiro: Tempos difíceis.

Observando o que foi sugerido e proposto, chega-se necessariamente à conclusão de quão absurda e insensata é a ideia de iniciar um processo de impedimento contra nossa Presidente. Inúmeras são as razões que não o recomendam, mas uma só basta para que se pare com essa loucura, pois o simples ritual que deverá ser seguido causará muito mais danos ao país do que qualquer malfeito que o governo tenha porventura cometido. Não creio que nossa legislação seja tão ruim que, para corrigir um erro, o único caminho que ofereça seja cometer outro ainda maior.



domingo, 15 de novembro de 2015

É o fim


E será pregado esse evangelho do reino por todo o mundo,
para testemunho a todas as nações.
Então, virá o fim
.
- Mateus 24.14
Leia antes a postagem anterior: Não é o fim.
Boas razões para se arrepender tinham com certeza os dois filhos da parábola. E o mais novo aproveitou a oportunidade. Diante da alternativa de se alimentar das porcarias que os porcos comiam, se arrependeu, converteu-se, mudou de direção, tomou o caminho de volta para a casa paterna. Já o mais velho perdeu a ocasião, iludido com seus pretensos direitos e superioridade, ficou de fora da festa.
Quem está mesmo aproveitando a oferta anunciada são pobres, aleijados, cegos e coxos que frequentam as ruas e becos da cidade, caminhos e atalhos, onde os verdadeiros servos se aventuram para anunciar com atos a boa nova, levar a boa notícia. Quem não frequenta esses ambientes quase não fica sabendo, pois os verdadeiros mensageiros não são de tocar trombeta, e a grande imprensa, sedenta de más notícias, só vai lá mesmo para premiar dando visibilidade global aos sucessos dos bandidos e marginais que aí se refugiam, ou para caçar super-talentos que multiplicarão os lucros dos empresários dos mega-espetáculos.
Quando esse evangelho do reino tiver alcançado todos os becos e vielas, somente então, sem alardes e sem dar margem a polêmicas, virá o verdadeiro fim, como o relâmpago que sai do oriente e se mostra até o ocidente. Também nem dará tempo para se assustar, pois não será ameaçador, uma vez que, finalmente, a festa vai começar. Anjos serão enviados, agora sim, com grande clangor de trombetas, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.

Referências bíblicas:
Mateus 24.1-31; Lucas 14.21-24; 15.11-28.

domingo, 8 de novembro de 2015

Ainda não é o fim



E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras;
vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer,
mas ainda não é o fim.
- Mateus 24.6

Quando achamos que as coisas vão muito mal e que não podem piorar, mas, de repente, pioram, exclamamos: é o fim. Era como se sentiam os discípulos quando pediram a Jesus: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século. O mestre reconheceu que as coisas deveriam continuar mal por algum tempo, mas assegurou: não é o fim.
Hoje, vivemos situação semelhante e somos muitas vezes tomados dos mesmos temores, de modo que precisamos ouvir essas palavras que ecoam através dos séculos: não é o fim. O livro do Apocalipse, que discorre bem mais longamente sobre os últimos tempos, ensina que os dias de provação serão prolongados para que todos os homens tenham a oportunidade de se arrepender, até que seja pregado esse evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações.
E parece que isso está de fato acontecendo. Percebe-se uma grande movimentação de missionários em longas viagens internacionais, muitos frequentam as salas vip dos aeroportos e as primeiras classes das aeronaves, para não falar dos que possuem as suas próprias. Hospedam-se nas melhores suites dos melhores hoteis, quando não ocupam integralmente todas em sua convenções evangelísticas. Constroem enormes casas de espetáculos que chamam de templos ou catedrais, ou alugam grandes espaços para apresentarem seus shows, que chamam de louvor. Mas, considerando que Jesus havia advertido seus enviados a não levar bolsa, nem alforge, nem sandálias, a não acumular tesouros na terra, nem a ocupar os primeiros lugares, estes mais se parecem com os muitos falsos profetas que se levantarão e enganarão a muitos.
Por outro lado, percebe-se também a presença de mensageiros aparentemente mais confiáveis alertando: Arrepende-te, Jesus está voltando! Mas isso soa mais como uma ameaça do que boa notícia, boa nova, evangelho. E a advertência do mestre aos fariseus, saduceus e às multidões que saíam para serem batizadas, ainda são válidas: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Fugir da ira vindoura não é um bom motivo para se arrepender.
Continua próxima semana: É o fim.

Referências bíblicas:
Mateus 3.7; 24.1-31; Lucas 3.7.

domingo, 1 de novembro de 2015

Ensina-nos a orar


De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar;
quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu:
Senhor,
ensina-nos a orar!
- Lucas 11.1

Como os discípulos, você também gostaria de aprender a orar? Pode, então, começar digerindo estes exemplos bíblicos:
Mateus 6.5: E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças...
Mateus 6.6: Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto...
Marcos 14.35: E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível,...
Lucas 5:12: Aconteceu que, estando ele numa das cidades, veio à sua presença um homem coberto de lepra; ao ver a Jesus, prostrando-se com o rosto em terra, suplicou-lhe: Senhor, se quiseres,...

Depois de tomar essas pílulas, você talvez queira algo ainda mais nutritivo. É só clicar: Jesus orou; Entra no teu quarto; Pedi; Buscai; Batei/Fazei.

domingo, 25 de outubro de 2015

A sua fé


O justo viverá pela sua fé.
Habacuque 2.4

Virou moda agora os dirigentes do que eles chamam de culto ditarem aos membros da congregação como devem se comportar: diga aleluia, diga amém, diga não sei o que para o irmão ao seu lado, repita isso, repita aquilo... Exageros à parte, os líderes religiosos sempre se preocuparam em orientar os fiéis, com mais ou menos ênfase, sobre o que devem pensar e como levar suas vidas. Geralmente, com uma intenção pastoral sadia; outras vezes, reconheçamos, com a explícita intenção de controlar o rebanho.

Exceto neste último caso, a orientação dos mais experientes é sempre saudável e necessária, mas os crentes nunca devem esquecer as palavras do profeta Habacuque: o justo viverá pela sua; não pela fé dos pastores, de alguma autoridade eclesiástica, teólogo, ou quem quer que seja, mas pela sua própria. Deve estar sempre habilitado a dar a razão dela, primeiro a Deus, depois a si próprio, e também aos que possam disso se beneficiar.

Isso pode parecer complicado, uma vez que essas palavras foram evocadas por Paulo em suas epístolas aos Romanos e aos Gálatas, e encontramos também em Hebreus, mas o recado que o apóstolo quis transmitir não foi exatamente o mesmo do profeta, e suas reflexões causam polêmica até hoje. Mas isso não deve preocupá-lo, pois o próprio Jesus assegurou que, se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, e que ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos: você mesmo. Mas, cuidado, pois pode não ser o caso de muitos dos que insistem em orientá-lo.

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Referências bíblicas:
Habacuque 2.4; Mateus 11.25; Lucas 10.21; João 7.17; Romanos 1.17; Gálatas 3.11; Hebreus 10.38. 

domingo, 18 de outubro de 2015

FÉ EM DEUS (ou Estado laico 7)


Apesar de ter sido uma constante na história, parece que ultimamente têm se multiplicado de modo assustador as atrocidades praticadas e as leis esdrúxulas propostas em nome de religiões. De tal modo que teóricos e ativistas políticos voltaram a dar ênfase ao conceito também antigo do estado laico.

Dedicamos seis postagens a refletir sobre o assunto. Verificamos que alguns consideram que religião é constituída por certas organizações, por certos rituais e símbolos, doutrinas ou costumes distintos adotados por apenas parcelas da população. Entretanto, essencial mesmo é a fé, aquilo que anima uma pessoa a viver, e mesmo a morrer. Por isso, a situação se torna dramática quando a fé de uma parcela conflita com a de outra; o estado se torna mesmo impotente para promover a paz.

Ainda bem que Deus é de fato o único elemento, se é que podemos designá-lo assim, essencial a qualquer religião que pretenda ser verdadeira. Pois, enquanto instituições, ritos, símbolos, doutrinas e costumes não passam de obras do homem, contaminados com suas enormes limitações e defeitos, Deus, ao contrário, é o próprio criador dos seres humanos, e também quem aperfeiçoa e corrige.

E não corrige e aperfeiçoa apenas as relações entre cidadãos, estados ou entre religiões; começa reparando as arestas entre criador e a própria criatura, passando a reconciliar cada indivíduo consigo mesmo; depois, com seus semelhantes, entre casais, pais e filhos, professor e aluno, empregador e empregado, governantes e governados...; com os céus, a terra, as plantas, os animais..., o universo.

sábado, 10 de outubro de 2015

Estado laico 6


Parece que existe um consenso mínimo sobre o tema: estado laico é aquele onde seus cidadão gozam da liberdade e do direito de ter uma religião ou nenhuma. Mas essa liberdade e esse direito são inerentes a qualquer estado democrático, e o adjetivo laico seria perfeitamente dispensável.

A questão tem evidentemente a ver com o relacionamento do estado com a religião a nível institucional. Neste aspecto, temos que deplorar os momentos em que aquele se associa com organizações religiosas para se beneficiarem mutuamente, em detrimento do bem comum. Mas não podemos minimizar os enormes benefícios que estas tem proporcionado à humanidade nos campos da saúde, da educação, em seu sentido mais amplo, e ao serviço social em todas suas formas, trazendo o próprio estado a reboque.

Do mesmo modo, tem a ver com a prática de rituais e a exposição de símbolos religiosos em espaços públicos. Também evidentemente, ao estado compete regulamentar o uso destes em prol do bem comum, mas nada justifica que sofram qualquer tipo de restrição simplesmente devido à sua natureza religiosa.

E costuma-se designar o religioso de crente, pois a fé ocupa lugar central em matéria de religiosidade. Mas nem todo o crente pertence a uma organização religiosa ou pratica algum ritual dessa natureza, embora chegue mesmo a incorporar seus valores. E se pensarmos a fé como aquilo que anima uma pessoa a viver, e mesmo a morrer, temos de aceitar que todo homem, todo cidadão possui algum tipo de fé, algum tipo de religião, que embala inclusive sua postura cívica. E o próprio Deus o inspira, sem se importar se acredita nisso ou não.

Afinal, pode-se escolher ter uma religião ou nenhuma; o que não se pode é escolher a Deus, pois, antes, ele mesmo já escolheu o homem (Leia "O que é Deus?").



domingo, 4 de outubro de 2015

Estado laico 5


O que dificulta o debate da questão, e impossibilita até mesmo o estabelecimento de qualquer norma a respeito, é que nem os homens públicos nem os religiosos têm uma idéia clara tanto sobre a natureza da religião quanto a do próprio estado, nem existe um consenso entre uns e outros. O que é muito natural e saudável; desastroso seria se fosse diferente.

A França talvez seja o país onde o assunto venha sendo mais amplamente considerado. Lá, numa ponta, há quem ache que, num estado laico, a religião deveria se restringir ao espaço privado de cada indivíduo ou comunidade religiosa, como igrejas, templos, sinagogas, mosteiros, terreiros...; não poderia ocupar espaços públicos, inclusive na imprensa; nem opinaria sobre questões de estado. Na outra ponta, está quem pensa que implicaria em um estado que facilitasse e mesmo promovesse o diálogo entre as religiões e entre elas e a sociedade, incentivando as expressões religiosas que contribuíssem para o bem estar social.

No Brasil, de acordo com uma campanha veiculada pela mídia, significaria simplesmente que o estado não tem religião oficial, de modo que cada cidadão seria livre para escolher uma ou nenhuma, mas não há clareza sobre no que isso implica na prática. Há, entretanto, os que pensam que essa liberdade não dá a ninguém o direito de opinar sobre a crença do outro, ainda que respeitosamente, nem de se meter em questões de estado com base em suas convicções religiosas. Visão que parece difícil de encaixar naquilo que temos aprendido sobre o que seria um regime verdadeiramente democrático. 

sábado, 19 de setembro de 2015

Que livro é esse?

Oh! Dá-me esse livro!
- John Wesley
Que livro é esse que todos conhecem e se dão ao trabalho de levá-lo em consideração de alguma maneira? Os estudiosos sérios comparam os conhecimentos adquiridos em suas especialidades com o que ele diz ou aparenta dizer a respeito e, em geral, preocupam-se em emitir seus comentários. Os apenas letrados, incluindo os pouco alfabetizados, são com certeza os que mais o manuseiam, o lêem e o estudam. Até analfabetos o conhecem e o valorizam muito.
Talvez nenhum outro objeto de pesquisa tenha contado para sua elucidação com tanta diversidade de profissionais, entre eles: historiadores, geógrafos, geólogos, arqueólogos, paleontólogos, hermeneutas, linguistas, gramáticos, tradutores, físicos, químicos, astrônomos...
Não é um livro qualquer. Para início de conversa, contou com a contribuição de uma infinidade de autores, a grande maioria só identificada em linhas gerais, procedentes dos mais variados meios, culturas, e épocas, como sábios, sacerdotes, reis, historiadores, poetas, legisladores, boiadeiros e pescadores. Muitas de suas partes circularam na forma oral antes de serem postas na forma escrita. No caminho entre a origem de cada uma até a forma atual, foram aumentadas, modificadas, cortadas, reescritas, selecionadas, corrigidas pelas mãos que passaram, sempre com a intenção de melhorar sua forma. E os esforços para conservá-lo sempre atual continuam intensos em todos os níveis.
A humanidade se encontra em torno dele, nele compartilha seus conhecimentos e experiências espirituais, dialoga, aprende, se consola, se apoia, se anima. Ignorá-lo é viver noutro mundo. Até você sabe qual é. Não o despreze.

domingo, 13 de setembro de 2015

Estado laico 4

A idéia de um estado laico é bastante atraente. Mas nem por isso deixa de causar estranheza, principalmente entre os que valorizam a religião. É difícil imaginar uma situação que não tem precedentes na história. Mesmo depois que foi estabelecida a separação entre igreja e estado, os dois ainda continuaram convivendo numa proximidade apenas comparável ao matrimônio, ora em cumplicidade, ora em grande tensão. Nossos locais públicos estão de tal maneira impregnados com símbolos de diversas religiões, que recentes sugestões para retirá-los soaram como uma verdadeira amputação.
O próprio termo laico foi tomado do vocabulário religioso. Laico, ou leigo, é até hoje empregado para designar o crente comum, em contraposição ao clérigo, o sacerdote ou ministro ordenado. Foi por analogia que passou a ser aplicado às  pessoas que não possuem conhecimento aprofundado sobre qualquer área específica do conhecimento humano, ao contrário do especialista ou conhecedor.

É significativo também que essa designação provenha de uma palavra grega que significa povo, literalmente. Desse modo, muito apropriada para qualificar um estado democrático, onde todo poder emana do povo e em seu nome é exercido. Mas, existiria outro lugar onde a religião se sinta tão à vontade senão no meio do povo?


sábado, 13 de junho de 2015

Amor e sexo

...e eles se tornam uma só carne.
- Gênesis 2.24

Como foi seu Dia dos Namorados?
Pensem no que fizeram, ou desejaram, e meditem nas palavras deste clipe:


Recomendo especialmente estes quatro versos:

Amor é divino, sexo é animal.

Amor é para sempre, sexo também.

Amor sem sexo é amizade, sexo sem amor é vontade.

Amor é UM, sexo é dois.

domingo, 17 de maio de 2015

A galinha e os pintinhos: MÃE

Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos,
como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas!
- Mateus 23.37

Nestes dias, as redes sociais, a grande e até a pequena mídia transbordam em exaltações a esse ser incrível chamado mãe. Algumas parecem até exageradas, mas temos de admitir que o amor de mãe para com os filhos é a atitude humana que mais se aproxima do sentimento e dos cuidados que o próprio Deus tem para com os homens. Cristo mesmo desejou ser uma galinha para ajuntar seus filhinhos debaixo de suas asas.


Homem burro

...vence o mal com o bem.
- Romanos 12.21

Diz-se que o homem é um animal racional, mas, volta e meia alguém posta alguma coisa nas redes sociais ou faz uma reportagem para demonstrar alguma racionalidade em outros bichos. Existiria neles alguma inteligência? O que não é de espantar, pois convivemos até com casas e carros inteligentes. Alguns animais possuem também habilidades de que o homem não dispõe, como o acurado senso de direção dos pássaros e cães, e a capacidade de prever terremotos da fauna silvestre, mas só este se considera de fato inteligente; além disso, do ponto de vista teológico, o único dotado de livre arbítrio, que seria a capacidade de escolher entre praticar ou não a vontade de Deus. 
Entretanto, pensando bem, o fato de os animais e também as plantas se comportarem sempre, ou quase sempre, de acordo com sua natureza não significa necessariamente que não lhes tenha sido concedida a capacidade de escolher fazer diferente. Pode significar também que, ao contrário dos homens, eles optaram por praticar aquilo que Deus lhes determinou, demonstrando muito mais inteligência do que seu irmão racional, de modo que, entre eles, tudo funciona.
E cá entre nós...? Basta abrir um jornal, ligar a TV, e nos assalta uma avalanche de exemplos dessa teimosia em sermos mais espertos que o próprio Deus, com seus resultados catastróficos.  Talvez o mais insano seja a insistência histórica em querer conquistar a paz com a guerra; a harmonia, com a violência; o bem, praticando o que é mal. Definitivamente, o homem é o animal mais burro do planeta.

sábado, 2 de maio de 2015

Estado laico 3

É verdade que já se cometeram e se cometem muitas atrocidades em nome de religiões. Mas é inegável também que os maiores avanços da humanidade em direção à paz e à justiça tiveram motivação religiosa, assim como os clamores atuais neste sentido. Por isso, essa questão do estado laico precisa ser examinada com muito carinho.

domingo, 26 de abril de 2015

Estado laico 2

É consenso mundial de que respeitar os limites de velocidade estabelecidos pelas autoridades preserva vidas. Permitam-me questionar essa tese. Só no ano passado, apenas o estado de São Paulo multou mais de 3 milhões de transgressores desta norma, o que já evidencia que ela é muito pouco observada. E quantos milhões nem chegaram a ser pegos? Para ter uma idéia, pensei: eu dirijo há exatos 54 anos, essa regra nunca foi suficiente para conter meu pé no acelerador quando as condições objetivas ofereciam certa segurança e não havia forte indício de ser flagrado, mas resultou em apenas uma multa desse tipo nesse longo período; outros condutores com os quais viajava comportavam-se de modo semelhante, também com apenas uma exceção; fui envolvido em alguns acidentes, como motorista ou como passageiro, mas nenhum aconteceu por alguém ir mais rápido do que o permitido.

domingo, 19 de abril de 2015

Siga o negro


Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, 
E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!

- do poema Navio Negreiro, de Castro Alves

A plebe está nas ruas, reclamando de tanta corrupção, tanta violência, tanta injustiça. Ela inveja outros lugares onde a qualidade de vida excede em muito a que desfruta. E aponta múltiplas causas para suas desgraças. Entretanto, poucos povos estão em melhores condições do que nós, e são incontáveis aqueles que nos invejam.

domingo, 12 de abril de 2015

Passados oito dias

Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos.
Estando as portas trancadas,
veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes:
Paz seja convosco.
- João 20.26 
Jesus nos transmite sua paz através de suas palavras: Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. E nós tomamos posse dela acolhendo seus ensinamentos. Mas isso não impede que passemos por aflições no mundo, pois este nos odeia. O que nos anima é o fato de que ele venceu o mundo. Sua vitória foi tão essencial para que pudesse nos transmitir sua paz, que somente após sua ressurreição, segundo João, ele tomou a iniciativa de declarar: Paz seja convosco. No mesmo domingo em que ressuscitou, por duas vezes, mostrando as marcas da vitória em seu corpo, quando apareceu e se pôs no meio dos discípulos que estavam trancados com medo dos judeus. Oito dias depois, no mesmo lugar e nas mesmas circunstâncias, pela terceira vez: Paz seja convosco(clique).


Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais
que não estão escritos neste livro. 
Estes, porém, foram registrados
para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, 
e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
 - João 20.2630-31  

sábado, 4 de abril de 2015

Ovos, coelhos e um túmulo vazio

Nada mal comer uns ovinhos de chocolate com os parentes e amigos, a não ser pelo preço. E, se não exagerar, faz muito bem. Mas, o que ovos e coelhos têm a ver com a Páscoa? Bem, isso é lá com os judeus. E com a Semana Santa?

sábado, 28 de março de 2015

Estado laico


Então, Jesus, dirigindo-se aos intérpretes da Lei e aos fariseus,
perguntou-lhes: É ou não é lícito curar no sábado?
Eles, porém, nada disseram.
E, tomando-o, o curou e o despediu.
- Lucas 14.3-4

Estamos construindo um novo país. Não importa o que você diga e faça, ou não diga e não faça, estará influenciando no destino deste Brasil que vive um momento tão sensível. Idéias e iniciativas pipocam e os apoiadores de cada uma vão aos poucos se agrupando em torno delas. Algumas vêm com embasamento do tipo: uma vez que o estado é laico... Ora, numa democracia, o estado nunca é diantemão o que ele é, ele é feito e estará sempre se refazendo enquanto for democrático. Essa afirmação dogmática, apresentada como verdade absoluta, equipara esse princípio às doutrinas religiosas mais conservadoras, exatamente às quais ela parece pretender se contrapor.


sábado, 21 de março de 2015

O homem que queria comprar sapato

Olha essa história de Han Feizi, encontrada no livro Fábulas Chinesas, organizado e traduzido por Sérgio Capparelli e Márcia Schmaltz, editora L&PMPocket.
Um homem do reino de Zheng decidiu comprar um par de sapatos. Pegou a fita métrica, mediu seu pé direito e depois seu pé esquerdo. Ao sair, esqueceu a fita e as anotações sobre a cadeira. Mais tarde, quando encontrou os sapatos que queria, deu-se conta do esquecimento e suspirou desanimado:
- Puxa, eu me esqueci de trazer as medidas!
Voltou correndo para casa, a fim de buscá-las.
Ao retornar ao mercado, a feira tinha acabado e não havia mais nada aberto, e ele ficou muito triste porque não pode comprar os sapatos.
- Por que não experimentou os sapatos? - alguém lhe perguntou.
Ele respondeu que acreditava mais na fita métrica do que nos seus pés.

domingo, 15 de março de 2015

Tempos difíceis 2

Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne,
e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso,
contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Efésios 6.12 


Na última postagem com o mesmo título, falávamos em corrigir o malfeito, numa referência óbvia às últimas eleições. Há quem pense que erramos na eleição da presidente; outros, que na dos parlamentares; e muitos, que nas duas. Dizíamos também que alguns querem corrigi-lo com medo de perder seus direitos ainda minguados, outros porque vêem ameaçada a manutenção de seus privilégios indecentes. Mas tem muito mais em jogo: considerando a importância que o Brasil ganhou na comunidade das nações nos últimos anos, o que acontecer vai certamente ter impacto considerável no rumo que nosso planeta vá tomar para solucionar sua enorme crise. E o mundo sabe muito bem disso, e está de olho em nós. Tanto o mundo que representa o conjunto das nações, como o que encarna o reino das trevas, que odeia a justiça. Com suas armas voltadas para nós, já disparam rajadas de ódio, desinformação, difamação e muita grana.

domingo, 8 de março de 2015

Mulher

Assim como por uma só mulher entrou o pecado no mundo,
por uma só mulher entrou a salvação.
- Eu

No quinto capítulo de sua epístola aos romanos, o apóstolo Paulo declara que por um só homem entrou o pecado no mundo. Entretanto, um bom advogado diria que essa afirmação não está de acordo com os autos, pois o testemunho relatado no livro de Gênesis nos dá conta com clareza que Eva foi a primeira a experimentar do fruto proibido, oferecendo-o em seguida a seu parceiro. Penso que certas mulheres querem é corrigir esse possível equívoco quando, por ocasião da celebração do Dia Internacional da Mulher procuram demonstrar que sua capacidade de comandar é tão boa ou melhor que a dos homens. Citam como exemplos Margareth Tatcher, Golda Meir, Hilary Clinton, Angela Merkel, entre outras. Nisso elas têm razão, em termos de serviços prestados aos poderosos elas superaram muitos verdadeiros machos.

terça-feira, 3 de março de 2015

Bancada evangélica?!

O bom nome para um homem e uma mulher, querido senhor,
é a primeira joia de suas almas;
quem rouba minha bolsa rouba lixo; apenas algo, nada;
era minha, agora é dele (…)
Mas quem me priva de meu bom nome
me rouba o que não o enriquece, e me faz realmente pobre.
- Shakespeare

O adjetivo evangélico tem sido genericamente aplicado aos cristãos seguidores de uma ampla variedade de denominações que não estão ligadas à Igreja de Roma. No Brasil, os primeiros evangélicos foram imigrantes ou trabalhadores procedentes de países não católicos. A partir do início do século XIX, foram aos poucos conquistando a simpatia de muitos brasileiros. De imediato, tornaram-se notórios seus empreendimentos no campo da educação; 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Tempos difíceis

Vós sois a luz do mundo...
não se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa.
 (Mateus 5.14-15)

Tempos difíceis vêm aí. Talvez nem tão difíceis como a grande imprensa gostaria, anuncia e torce, mas é fato que já sentimos na pele o mar se agitando ameaçador. As tensões internacionais não dão sinais que caminhem para uma solução razoável; aqui no Brasil, crise hídrica, crise econômica, crise política, crise de vergonha na cara. E a plebe, o vulgo, o povo, os trabalhadores, os empresários, os desempregados, os funcionários públicos, os domésticos, os professores, os estudantes...? Fomos nós que elegemos este congresso inqualificável que está dando as cartas no momento. Somos responsáveis por essa situação, e parece que não podemos esperar mais quatro anos para corrigir o malfeito.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Redução maioridade penal

Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará ele nos montes as noventa e nove, indo procurar a que se extraviou? E, se porventura a encontra, em verdade vos digo que maior prazer sentirá por causa desta do que pelas noventa e nove que não se extraviaram. Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Onde está ele 2

 É certo que Deus estava observando quando Fidel Castro e seus guerrilheiros depuseram o ditador Fulgêncio Batista de Cuba em 1959. Observava também quando os Estados Unidos da América impuseram um cruel embargo comercial àquele pequeno país, empurrando-o para os braços da poderosa União Soviética, que quase resultou numa catástrofe mundial. É certo também que ele não ficou apenas observando e, passado mais de meio século, parece estar conseguindo convencer o gigante americano a repensar a questão do embargo.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Onde está ele

Eu não sou o Cristo.
-João 1.20

Numa reflexão a partir do evangelho de João, ainda não publicada, constatamos que Os crentes de hoje, para serem ouvidos, talvez estejam muito preocupados em propagar suas poderosas, tremendas, impactantes realizações, mas parece que isso não tem sido suficiente para que o mundo os leve a sério. E sugerimos: Não seria mais prático simplesmente apontar para onde Cristo está efetivamente atuando entre nós?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

11 DE JANEIRO

Ontem houve uma caminhada histórica em Paris. Para mim, não ficou bem claro se foi a favor da liberdade de imprensa, contra o terrorismo ou em homenagem aos mortos no atentado ocorrido na redação do Charlie Hebdo e em seus desdobramentos. Certamente, a favor da liberdade de imprensa não foi, pois muitas autoridades que puxaram a marcha não a admitem em seus países. Contra o terrorismo, também não, pois ainda mais alguns o promovem nos países dos outros.