... porque são apenas mornos,
nem frios nem quentes,
vou logo vomitá-los da minha boca.
nem frios nem quentes,
vou logo vomitá-los da minha boca.
- Apocalipse 3.16
Independentemente das pedaladas, o que acontece
hoje em Brasília é na verdade um embate entre dois projetos de nação para o
Brasil diametralmente opostos. Embate que não se extinguirá com a decisão dos
senadores, seja ela qual for e por mais importância que tenha.
Muito mais determinante serão certamente as
próximas eleições municipais, quando os brasileiros terão a oportunidade de
agraciar com seu voto os candidatos que comprovarem estar empenhados na
construção do futuro que lhes convém. Infelizmente, em suas campanhas recém iniciadas,
estes têm demonstrado pouca vontade em revelar abertamente até mesmo os
partidos a que pertencem. Não é aceitável que venham reivindicar o voto
soberano dos cidadãos e cidadãs sem declarar com clareza e defender com toda a
honestidade o projeto ao qual colocarão a serviço os seus mandatos.
Hoje, salta aos olhos como nunca o que está
verdadeiramente em jogo. Portanto, faz-se indispensável que cada eleitor e cada
eleitora exijam essa postura dos candidatos que solicitarem seu apoio,
principalmente daqueles nos quais têm votado eleição após eleição sem conhecer
devidamente os reais compromissos dos mesmos.
Já é hábito os pretendentes a cargos
eletivos ficarem em cima do muro durante suas campanhas demagógicas, até
tomarem posse, quando então escolhem o lado que lhes ofereça maiores vantagens.
Entretanto, os dois caminhos que estão diante da nação são tão antagônicos,
divergem tanto um do outro, de modo que os separa não apenas um muro, mas um
enorme fosso, um verdadeiro fosso sanitário. Os candidatos que não declaram com
clareza o lado que escolheram revelam estar submersos nesse fosso fétido,
restando aos eleitores apenas puxar a descarga. Estes, se aspiram privilégios,
terão dificuldade em encontrar um pretendente honesto, e se absterão “por
motivo de consciência”, indo fazer companhia aos mornos.