Ontem
houve uma caminhada histórica em Paris. Para mim, não ficou bem
claro se foi a favor da liberdade de imprensa, contra o terrorismo ou
em homenagem aos mortos no atentado ocorrido na redação do Charlie
Hebdo e em seus desdobramentos. Certamente, a favor da liberdade de
imprensa não foi, pois muitas autoridades que puxaram a marcha não
a admitem em seus países. Contra o terrorismo, também não, pois
ainda mais alguns o promovem nos países dos outros.
Prefiro crer que foi em homenagem aos doze mortos, afinal, eram pessoas de valor reconhecido, bem formadas, competentes e no exercício de suas funções, que realizavam com muita coragem.
Prefiro crer que foi em homenagem aos doze mortos, afinal, eram pessoas de valor reconhecido, bem formadas, competentes e no exercício de suas funções, que realizavam com muita coragem.
Comovida,
me dá vontade de convocar uma marcha em homenagem aos milhões que
morrem nas nações aterrorizadas pelas potências europeias e seus
aliados, estes, no entanto, privados da oportunidade de sequer
escolher um lugar para ocupar com coragem e dignidade em seu mundo, e
muito menos de se preparar para isso e vivenciá-lo. Mas seriam
pouquíssimos os que talvez me levassem a sério.
Penso
então nos cristãos bem sucedidos como homens públicos e como
empresários, que alardeiam terem recebido de Deus essas posições
de poder, mas, pelo que tenho sabido, eles devem estar muito ocupados
combatendo a ainda mais perigosa conspiração gay. Salvo louváveis
exceções, em lugar de estar dando uma de teólogos de araque,
deveriam procurar se conscientizar e se preparar melhor para o
exercício de suas obrigações para com Deus e os vulneráveis. Com
a fé que os tem brindado com tanto sucesso, seriam imbatíveis.
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