Se eu
quero que ele permaneça até que eu venha,
que te
importa?
Quanto
a ti, segue-me.
- João 21.22
Alguma coisa ele fez! Eu não mereço! Não é justo! Exclamações
desse tipo ouvimos inúmeras vezes todos os dias. As pessoas pensam
que as boas ações devem sempre ser compensadas com alegrias, e as
más, sempre com aborrecimentos, apesar de constatarem na vida diária
que as coisas nem sempre funcionam dessa maneira. Não é um problema
dos tempos atuais, desde os primórdios os homens se esforçam por
solucioná-lo.
O livro bíblico de Jó faz coro com
sábios de todo Oriente antigo na busca de uma resposta. O
protagonista é justo tanto aos seus próprios olhos quanto aos olhos
de Deus, de modo que não consegue compreender a situação em que se
encontra, que lamenta profundamente. Os amigos que vêm para ajudá-lo
já têm a resposta pronta: Alguma você aprontou! E procuram
convencê-lo por meio de longos e elaborados discursos. Finalmente,
Deus toma a palavra. A quem dá razão? Ira-se contra os amigos,
porque não dissestes de mim o que era reto.
Não sem antes dar uma verdadeira espinafrada em Jó, como que para
deixar claro que toda a justiça que alegara ter praticado não o
tornava merecedor do menor favor divino: Quem é esse que
escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento?
Se decidisse restituir a fortuna de seu servo, como o fez, seria única e
exclusivamente fruto de sua vontade livre e soberana.
Os evangelhos não conseguem
dissimular certa ciumeira que havia entre os discípulos com relação
à proximidade do mestre com João, o qual chega mesmo a referir-se a
si próprio como aquele que Jesus amava.
Foi o que levou Pedro a perguntar a este, referindo-se àquele, E
quanto a este?, imediatamente
após o mestre sugerir com que tipo de morte Pedro haveria
de glorificar a Deus.
Jesus
limitou-se a responder: Se
eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto
a ti, segue-me.
É difícil aceitar. Parece injusto, aos homens. Mas a justiça de
Deus consiste exatamente em distribuir gratuitamente seus favores e
ela se manifesta entre nós sempre que alguém serve sem esperar
retorno e quem recebe não é constrangido a pagar por isso. Sem
barganha: já não haverá mais luto, nem pranto, nem dor, pois as
primeiras coisas passaram.
Com Deus não tem barganha.
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Referências bíblicas:
Jó 38.2; 42.8; João 21.18-22; Apocalipse 21.4.
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Referências
bíblicas: Jó 38.2; 42.8; Jo
21.18-22.
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