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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Minha defesa

JÓ de Uz – 25  

Sim, as contas de meus atos, ao Eterno, eu darei;
ante Deus, com a cabeça bem erguida, ficarei.

- Jó 31.37
Leia com atenção o corpo da defesa final de Jó no capítulo 31. Os dois anteriores foram uma espécie de introdução, onde ele procurou tornar o mais evidente possível o gritante contraditório entre sua vida desde o dia em que o Senhor me protegia e a do agora.
Prosseguindo, passou a destacar, no seu procedimento exposto na primeira parte da introdução, como tratava as diferentes pessoas: as mulheres, os da sua classe social, o trabalhador, o necessitado, e o próprio Deus, antes do inimigo e do exilado.
As mulheres - Eu jurei que nunca os olhos tentariam cobiçar uma moça ainda virgem. Talvez mais do que esse juramento em si, a grande deferência revelada com relação a elas foi o fato de considerar a simples condição de mulher como suficiente para merecer tratamento específico, e também o de tê-las colocado como primeiras da lista.
Os de sua classe - se pequei, me apoderando do que é de outra pessoa... Se senti-me seduzido por mulher de meu vizinho algum dia em minha vida.
O trabalhador - um reclamo de empregado(a), o assunto eu resolvia com direito e com justiça... paguei, sim, todos os trabalhadores bem do jeito que devia... Pois o mesmo Deus-Senhor fez a mim e aos empregados; sim, de nós, é o Criador; e deu vida a mim e a eles.
O necessitado - aos pobres, ajudei; as viúvas, sem esperança, e, chorando, não deixei... com os órfãos repartia sempre as minhas refeições; como pai, os protegia... Quando via alguém sofrendo pela falta de agasalhos... eu lhe dava roupas quentes, não os tratava com violência – mesmo tendo, de juízes, o sustento
Deus - de Deus e Seu castigo, tenho medo e pavor... jamais confiei no ouro; não foi nunca o fundamento desta minha segurança... Tenho visto o sol brilhar e, a lua, por inteiro, caminhar com sua beleza; porém, nunca os adorei...
O inimigo - jamais me alegrei com o grande sofrimento de qualquer dos inimigos; nem me deu contentamento se, desgraça, lhe ocorreu. Nunca fiz uma oração para Deus matar um deles.
O exilado - todos meus convivas comem sempre à vontade do que é bom e do melhor... não deixei nem estrangeiro lá, na rua, ir dormir; os viajantes sempre tinham uma casa aonde ir.
Certamente, teria ainda muito mais a dizer em sua defesa, pois suas falas anteriores estão repletas de exemplos semelhantes. E também tinha consciência de muitos pecados, mas julgava que mesmo assim poderia se declarar inocente, uma vez que
Encobrir as minhas faltas, não, jamais eu procurei
– como fazem sempre alguns – nem no coração busquei
esconder os meus pecados. Nunca tive o pavor
do que os outros vão dizer; e nem medo a zombador.
Concluindo: Deixo aqui, já assinado, o lavrado em minha defesa.

Segue: Somos iguais



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