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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Envelhecimento e cidadania

 

Envelhecimento 06

...isto é o que foi predito pelo profeta Joel: “Nos últimos dias,
diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos.
Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões,
os velhos terão sonhos...”


Atos 2.16-17

Até o final do século passado, ninguém cogitava de se preparar especificamente para enfrentar a velhice ou cuidar de seus velhos, como sempre se fez em todas as sociedades para se alimentar, agasalhar, estudar, casar, ter filhos e morrer, por exemplo. Isso porque poucas pessoas chegavam aos 65 anos, idade em que se agravam as dificuldades próprias da idade avançada, que também não se mostravam maiores que as enfrentadas mesmo pelos mais moços, numa época em que a vida era bem mais dura em todos os aspectos.

Hoje, segundo os entendidos, todos estão autorizados a esperar que cheguem pelo menos aos 76, a ficarem bem velhos. Quantos estarão preparados para essa fase da vida? Para conviver com os que nela chegam? O futuro estará? Para receber os que chegarão cada dia em maior número?

Mas, o que significa ser velho? Esse termo acumula vários significados; alguns surgem naturalmente com o passar do tempo, mas a maioria são adquiridos por ele mesmo ou imputados por terceiros ou pelas circunstâncias. Alguns são altamente positivos, como experiente, veterano, sábio; outros, bem negativos, como gasto, usado, obsoleto, inútil, maltratado. Com a colaboração de todos os envolvidos, os positivos podem ser ampliados e multiplicados, e os negativos, evitados ou reduzidos pois todos compartilharão destino semelhante, ao mesmo tempo ou em diferentes momentos. E tudo pode e deve ser preparado, os que envelhecem, os que com ele vão interagir na jornada, e o ambiente que os acolherá.

O que podemos esperar dos governos deste mundo neste sentido estará sempre muito longe do suficiente. Entretanto, sua responsabilidade específica é fundamental e não há como dispensá-la. Um exemplo é a excelente legislação que temos favorável aos mais velhos; ainda pode e deve melhorar, mas já abriu enormes espaços para ações na base, a serem ocupados pelo cidadão que já é idoso ou que pretenda chegar lá.

A Constituição do Brasil, sua Política Nacional do Idoso, bem como o posterior Estatuto do Idoso, por exemplo, não somente afirmam enfaticamente que cabe à sociedade como um todo assistir com prioridade absoluta o cidadão idoso em suas necessidades, como também reconhecem o inestimável valor dessas ações espontâneos, ao chamar seus condutores para orientar o poder público na elaboração e fiscalização das políticas governamentais voltadas para a população de idade avançada, integrando os Conselhos do Idoso, obrigatórios nos níveis federal, estadual e municipal.

Lamentavelmente, esta determinação não chega a ser cumprida em várias unidades da federação, muitas vezes por desinteresse do poder público envolvido, mas principalmente pela simples falta de entidades que se disponham a representar os idosos e suas necessidades.

Segue: Para além do cobertor público.

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