Então,
formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra
e lhe soprou nas
narinas o fôlego da vida,
e o homem passou a ser alma vivente.
-
Gênesis 2.7
Como você visualiza a cena descrita no versículo acima? Costumamos
imaginar um velhinho de barbas brancas, vestido à oriental, ao lado
de uma fonte de água, um rio, poço, ou simples cacimba, moldando um
boneco de barro e depois soprando em suas narinas. Observe que todos
esses elementos foram introduzidos por nossa própria conta; o
velhinho, a barba, o vestuário, a fonte... não constam do texto. E
essa imagem mais parece fazer parte de uma historinha infantil e
talvez não corresponda à magnitude do evento.
Poderíamos igualmente descrevê-la
de várias outras maneiras. Seríamos talvez ainda mais fieis ao
texto sagrado se imaginássemos o Espírito que pairava
sobre as águas, mencionado no
segundo versículo do Gênesis, levantando a poeira do solo como um
redemoinho e consolidando-a na forma de uma pessoa humana e, por fim,
introduzindo um pouco de ar nos orifícios nasais. Estaria mais
conforme a inúmeras outras ações divinas espetaculares de que
temos notícia. Por outro lado, pode ser confundida como uma daquelas
incríveis tomadas cinematográficas que ninguém leva a sério.
As ciências, por sua vez, descrevem o episódio formação do homem
obedecendo a um processo bem mais complexo, pois não se concentram
apenas na respiração, mas visam todas as funções vitais de nosso
corpo. Essa versão não menciona a ação divina, mas é tão
compatível com o texto sagrado quanto as mencionadas nos parágrafos
anteriores, e com tantas quantas a inventividade humana possa criar.
Para quem crê, o Deus que transparece por trás dela faz-se muito
maior, mais poderoso, do que um simples oleiro esculpidor de bonecos
de barro, sem desprezar a dignidade de que se reveste esse ofício.
No mais, sem a versão científica, seriam impensáveis a medicina moderna e os
conhecimentos sobre as funcionalidade do corpo humano, com seus
insondáveis benefícios que elevam a cada dia a qualidade de vida de
todos nós a patamares sempre surpreendentes. Sem dúvida, por trás
disso tudo tem que ter o dedo, ou o sopro, de Deus. Quem tem olhos para
ver veja.
Mas a versão bíblica, a mais
simples, que tão pouco informa sobre a funcionalidade do corpo, do
mundo e do universo, é que nos ensina sobre o mais importante, o mais
vital, muito maior do que todas as ciências juntas possam alcançar:
Deus fez. Fico com
essa.
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