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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

sábado, 28 de maio de 2016

POLÍTICA, NEGÓCIOS... E RELIGIÃO


Discute-se amplamente hoje a relação política e religião. O sentimento geral é de que não devemos misturá-las, bem como com referência à relação desta com a economia. Os que atuam nessas áreas têm concepções distintas, ou nenhuma, sobre religião, o que dificulta grandemente o diálogo. Adotemos a que parece mais difundida entre as pessoas comuns e procede da etimologia do termo que a designa: religião = religação. Seria o esforço do homem em recuperar a harmonia perdida entre seu comportamento e a ação sábia e amorosa de Deus na criação e na manutenção do que existe, do que vive.

Temos de reconhecer que a maioria das práticas dos que se dizem religiosos, em todos os tempos, não condizem com essa concepção. Seus princípios são inventados ou distorcidos para servir a interesses individuais e de grupos, sejam políticos, econômicos ou de qualquer natureza. Mesmo instituições consideradas religiosas chegam a comportar-se como verdadeiros partidos na busca de espaço político; ou como empresas comerciais que se orientam pelas perversas leis chamadas de mercado.

Seus seguidores também não esperam que elas os ajudem a recuperar a harmonia de seu comportamento com a ação de Deus, de modo que não fazem jus à denominação de crentes e muito menos de fiéis. Buscam nelas as soluções e os benefícios que não lhes são oferecidos pelo estado, na pessoa dos políticos, nem são encontrados para serem comprados no mercado. Mas a relação com elas é semelhante, de súditos, de militantes ou de consumidores.

       Mesmo a história do cristianismo está repleta de exemplos horríveis desse tipo de comportamento, mas não podemos ignorar também a importante contribuição de organizações e pessoas cristãs, ancoradas em sua fé, para a preservação e o aperfeiçoamento da democracia, promoção e defesa dos direitos da pessoa humana, bem como na proposição e incentivo a práticas econômicas mais justas e includentes. O mesmo acontece com o Islã; devido à flexibilidade de sua doutrina, sua história está repleta de atrocidades praticadas em seu nome, mas também de formidáveis regimes pluralistas que inspirou, também protetores da diversidade e do intercâmbio em várias áreas.

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