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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

O que eu responderia?

JÓ de Uz – 30


Depois disso, lá do meio
dessa grande tempestade,
Deus Eterno deu a Jó
a resposta, Sua verdade.

Nos capítulos 38.1-40.2, encontramos finalmente a primeira intervenção divina na conversa – tão ansiosamente aguardada por nós leitores e certamente muito mais pelos protagonistas da história. Seus poderosos atos no comando da criação estão aí novamente assinalados, de maneira ainda mais maravilhosa.
Quem esperaria que, para contestar um questionamento ético crucial, Deus viesse com uma competente aula de Física, Biologia, Geologia, Meteorologia, Astrologia e outras ciências. Na verdade, os sábios antigos costumavam investigar em todos os campos do conhecimento humano, que na época não passava de um único conglomerado permanentemente integrado enriquecendo-se como apenas um. Com o tempo, as investigações se especializaram, separando-se umas das outras, desintegrando-se, tomando cada uma o seu rumo. Talvez as que mais tenham se distanciado tenham sido mesmo a Física e a Teologia, infelizmente.
Hoje, a maioria das perguntas que deixaram Jó perplexo não mais deslumbra os estudiosos e seria respondida com facilidade por alunos do ensino médio. Entretanto, à medida que a humanidade foi encontrando respostas para suas dúvidas aparentemente insolúveis, deparou-se com questões muitas vezes mais enigmáticas, de modo que ainda sobram mistérios diante dos quais se calam os cientistas mais conceituados. Tomando-se, por exemplo, a teoria hoje universalmente aceita de que o universo está contido num espaço-tempo irregularmente curvo como uma casca de noz, poderia o Eterno questionar: - Sabes quem o dobrou? Ou: - Sabes quem enfiou o universo todinho numa singularidade (um espaço-tempo sem largura, altura ou profundidade), onde ele estava comprimido por ocasião da Grande Explosão - Big-Bang – que lhe deu origem?
O que fica bastante evidente desta primeira aparição divina é que, numa eventual contenda entre o homem e Deus, é a este que cabe fazer as perguntas e àquele, calar-se. Jó entendeu:
Ó Eterno, nada valho;
o que eu responderia?
Eu prefiro estar calado.
Falei mais do que devia.

(40.3-4)



Segue: O poder dos opressores


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