O
DEUS da Criação 11
Que é o homem mortal para que te lembres dele?
e o filho do homem, para que o visites?
Pois pouco menor o fizeste do que os anjos,
e de glória e de honra o coroaste.Salmos 8.4,5
e o filho do homem, para que o visites?
Pois pouco menor o fizeste do que os anjos,
e de glória e de honra o coroaste.Salmos 8.4,5
Como
seres humanos sempre nos consideramos a mais evoluída de todas as
criaturas, sem a menor sombra de dúvida. Foi certamente pelo
conhecimento tácito que descobrimos, pois, apesar de toda certeza,
nunca soubemos explicar bem por quê. O salmista cria que Deus nos
fizera assim. A teoria da evolução das espécies concluiu sermos os
que tínhamos maiores chances de sobreviver sobre a face da terra,
mas sabe-se hoje que os insetos são muitas vezes mais capacitados
que nós nessa modalidade e que na verdade representamos na
atualidade a maior ameaça à vida no planeta. Mas não descemos do
salto. Considera-se também nossa inteligência o fator determinante
e fomos denominados Hommo Sapiens, mas é exatamente nossa
inteligência que está a ponto de botar tudo a perder
Já
Polanyi, o autor que vimos comentando, considera ser nosso senso
moral, ético, o que nos torna únicos, nossa possibilidade de
escolher entre o bem e o mal, o certo e o errado.
Percebemos
aqui uma convergência com a conclusão do Elogio da Sabedoria que
encontramos no livro bíblico de Jó (capítulo 28), onde sabedoria
e entendimento
são concebidos como um exercício não simplesmente racional, mas
sobretudo ético:
“Eis
que o temor do Senhor é a sabedoria,
e o apartar-se do mal é o entendimento.”
(Jó 28.28)
e o apartar-se do mal é o entendimento.”
(Jó 28.28)
Considera
também que os seres vivos mais evoluídos são passíveis de
malformação, risco que aumenta à medida que sobem na escala
evolutiva. Seria o caso dos animais, mais propensos às doenças e
deficiências que as plantas. Os racionais, além disso, podem também
cometer equívocos com relação aos seus conhecimentos. Inclui
finalmente entre as deficiências ou malformações a prática do mal
que afetam os que possuem senso moral e ocupam o nível mais elevado.
Fácil
perceber a proximidade dessa percepção com o que afirma a bíblia
sobre o livre arbítrio e o pecado. Inclusive pode auxiliar a
teologia a superar seu equívoco secular ao localizar na dimensão
animal do ser humano sua propensão para o mal, apesar de a narrativa
da criação relatar que Deus tomou o cuidado de examinar cada etapa
de sua obra e comprovar que era boa, confirmando a respeito da
totalidade dela após concluída. Segundo a narrativa de Gênesis,
foi apenas posteriormente que “por
um (só) homem entrou o pecado no mundo”,
como afirmaria categoricamente o apóstolo em Romanos
5.12.
Nosso
próximo assunto será A
fé e a dimensão tácita,
que poderá esclarecer um pouco mais sobre o que a teologia ganharia
reaproximando-se das descobertas dos que esquadrinham as leis que
regem as coisas criadas, e vice-versa, à semelhança dos sábios
antigos.
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