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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Continuando com os dois livros


O DEUS da Criação 17

Através do conhecimento natural de Deus nos tornamos sábios,
mas não salvos;
pelo conhecimento da revelação seremos salvos,
mas não necessariamente sábios.
-
Jürgen Moltmann
As palavras de Moltmann acima resumem de certo modo a visão tradicional da teologia a respeito dos dois livros. Nela está suposto que é próprio e essencial à criatura humana o conhecimento das coisas criadas e consequentemente todas as atividades relacionadas com ele, como a busca, a descoberta, a transmissão, o compartilhamento, a aplicação prática, etc.
Para sobreviver, as pessoas sempre necessitaram de muitas coisas. Tiveram que aprender a utilizar as que encontravam ou produzir as que não estavam à disposição. Tomemos os alimentos, como exemplo. Dizem os antropólogos que no início elas praticavam a coleta e a caça, colhiam e comiam os frutos que a natureza produzia naturalmente, e caçavam animais para conseguir a carne. Isso já requeria algum conhecimento. Mas é fácil imaginar que em certas regiões ou épocas não era suficiente. Precisaram conhecer como cultivar as plantas e criar os animais, bem como a fabricar as ferramentas de que necessitavam.
Para o exercício da agricultura, cultivo das plantas, ou da pecuária, criação de animais, aprenderam a entender os sinais que os céus, como chamavam o espaço sideral, lhes enviava para indicar o tempo próprio de cada providência necessária, sem terem a mínima ideia do que eram feitos, como funcionavam e como se seguravam lá em cima. Suas observação e experimentação estavam voltadas totalmente para como poderiam ajudá-los em sua própria prática; era essa ajuda que também buscavam ao pesquisar a pedra, a madeira ou o metal utilizado em suas ferramentas, e não saber o que compunha esses materiais. Exerciam assim o conhecimento tácito, que não difere muito do que fazemos em nossos dias.
Não agiam isoladamente, mas em grupo, o que requeria também algum conhecimento de relações humanas, que é um pouco mais complicado que cultivar e criar animais, mas que se adquire igualmente pela interação, pela convivência, no caso.
Mas o fato é que essa criatura, pela simples interação com as coisas criadas, inanimadas ou mesmo vivas e inteligentes, ela chega até a perceber que encontra-se perdida no meio de tudo isso, mas não consegue por seus próprios meio encontrar a saída. Por isso sempre se voltou para algo supostamente de fora: um deus, ou deuses. E os inventou de todos os tipos. Entretanto, Deus, como Salvador, só pode ser conhecido quando ele próprio se revela. Aqui entra o outro livro, a Revelação, que nos coloca em contato direto, em comunhão com Ele.

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