O
DEUS da Criação 17
Através
do conhecimento natural de Deus nos tornamos sábios,
mas não salvos;
pelo conhecimento da revelação seremos salvos,
mas não necessariamente sábios.-
Jürgen Moltmann
mas não salvos;
pelo conhecimento da revelação seremos salvos,
mas não necessariamente sábios.-
Jürgen Moltmann
As
palavras de Moltmann acima resumem de certo modo a visão tradicional
da teologia a respeito dos dois livros. Nela está suposto que é
próprio e essencial à criatura humana o conhecimento das coisas
criadas e consequentemente todas as atividades relacionadas com ele,
como a busca, a descoberta, a transmissão, o compartilhamento, a
aplicação prática, etc.
Para
sobreviver, as pessoas sempre necessitaram de muitas coisas. Tiveram
que aprender a utilizar as que encontravam ou produzir as que não
estavam à disposição. Tomemos os alimentos, como exemplo. Dizem os
antropólogos que no início elas praticavam a coleta e a caça,
colhiam e comiam os frutos que a natureza produzia naturalmente, e
caçavam animais para conseguir a carne. Isso já requeria algum
conhecimento. Mas é fácil imaginar que em certas regiões ou épocas
não era suficiente. Precisaram conhecer como cultivar as plantas e
criar os animais, bem como a fabricar as ferramentas de que
necessitavam.
Para
o exercício da agricultura, cultivo das plantas, ou da pecuária,
criação de animais, aprenderam a entender os sinais que os céus,
como chamavam o espaço sideral, lhes enviava para indicar o tempo
próprio de cada providência necessária, sem terem a mínima ideia
do que eram feitos, como funcionavam e como se seguravam lá em cima.
Suas observação e experimentação estavam voltadas totalmente para
como poderiam ajudá-los em sua própria prática; era essa ajuda
que também buscavam ao pesquisar a pedra, a madeira ou o metal
utilizado em suas ferramentas, e não saber o que compunha esses
materiais. Exerciam assim o conhecimento tácito, que não difere
muito do que fazemos em nossos dias.
Não
agiam isoladamente, mas em grupo, o que requeria também algum
conhecimento de relações humanas, que é um pouco mais complicado
que cultivar e criar animais, mas que se adquire igualmente pela
interação, pela convivência, no caso.
Mas
o fato é que essa criatura, pela simples interação com as coisas
criadas, inanimadas ou mesmo vivas e inteligentes, ela chega até a
perceber que encontra-se perdida no meio de tudo isso, mas não
consegue por seus próprios meio encontrar a saída. Por isso sempre
se voltou para algo supostamente de fora: um deus, ou deuses. E os
inventou de todos os tipos. Entretanto, Deus, como Salvador, só pode
ser conhecido quando ele próprio se revela. Aqui entra o outro
livro, a Revelação, que nos coloca em contato direto, em comunhão
com Ele.
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