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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

domingo, 7 de fevereiro de 2021

O apóstolo e o Positivismo

Tudo de bom que recebemos e tudo o que é perfeito vêm do céu,
vêm de Deus, o Criador das luzes do céu.

Tiago 1.17

A obra Da República, de Cícero, publicada no primeiro século antes de Cristo, bem como as diretrizes do Direito Natural, já bem desenvolvidas nessa época entre os romanos, constituem os principais pilares do Sistema de Política Positiva de Augusto Comte, lançado por volta de 1850 e inspirador de nossa República. A essência de seus pensamentos porta uma incrível compatibilidade com as Escrituras contidas no Antigo Testamento, o que certamente levou Santo Agostinho e outros pensadores a concluir serem a eles que o apóstolo se referia quanto escreveu:

Quando, pois, os gentios, que não têm lei,
procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei,
servem eles de lei para si mesmos.
Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração...

Romanos 2.14-15

Portanto, não é de surpreender que Comte se apresentasse como fundador e sumo sacerdote da Religião da Humanidade, com rituais, calendário litúrgico e tudo. Chegou mesmo a comparar com as epístolas de São Paulo as circulares enviadas a seus discípulos, cujos feitos poderiam até constar de um livro dos Atos de seus apóstolos, entre os quais certamente não faltariam os de alguns brasileiros como os republicanos Benjamin Constant e Cândido Rondon, sem dúvida:

Creio que, no estado de ansiedade atual, a solução é, deixando o pensamento livre como a respiração, promover a 'liga religiosa' – convergindo todos para o amor, o bem comum, postas de lado as divergências que ficarão em cada um como questões de foro íntimo, sem perturbar a esplêndida unidade – que é a verdadeira felicidade.

Cândido Mariano da Silva Rondon

Comte batizou de Sociologia a "ciência" que fundamentou seu Sistema, mas bem que poderia ser classificada como Teologia Natural, no esquema: homem>natureza>deus. Este aparece simplesmente para legitimar o domínio dos ser humano sobre a natureza, como parte dela; assim como o do poder político sobre a sociedade, também natural. Não exatamente como no Reino dos Céus, implantado por Jesus Cristo.

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