Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!
- do poema Navio Negreiro, de Castro Alves
Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri!
- do poema Navio Negreiro, de Castro Alves
A plebe está nas ruas,
reclamando de tanta corrupção, tanta violência, tanta injustiça. Ela inveja
outros lugares onde a qualidade de vida excede em muito a que desfruta. E
aponta múltiplas causas para suas desgraças. Entretanto, poucos povos estão em
melhores condições do que nós, e são incontáveis aqueles que nos invejam.
É justo
identificar as fontes de nossos males, para estancá-las. Mas, como na parábola
do joio e o trigo (clique), ao extirpar a erva daninha, muita boa semente sai também
machucada. Melhor seria, sem deixar de eliminar aquela, dedicar-se à descobrir
as origens dos bons frutos de que já desfrutamos, para incrementar sua reprodução.
Por exemplo,
donde vêm as melodias e as danças que chamamos de brasileiras e que mais alegram
e encantam nosso conterrâneos e também estrangeiros? Seria por acaso de gente
trazida para estas terras em correntes e abaixo do chicote, ao custo de muita
lágrima? Sua vingança foi pegar o que de melhor trouxe da África, e que os
opressores não encontraram jeito de matar, juntar com o melhor que encontrou
por aqui e ajudar a construir nossa bela cultura, da qual tanto nos orgulhamos.
Também suas ONGs, criadas para promover a inclusão dos seus descendentes,
principalmente através da educação, não olham a cor da pele de quem servem,
desde que sofra de semelhante discriminação.
Isso é derrotar o
mal com o bem. Posto em prática pelos que se sentem hoje ofendidos, é o que nos
garantirá um futuro de paz.
Para começar, siga: www.educafro.org.br e www.uneafrobrasil.org
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