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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

sábado, 2 de maio de 2015

Estado laico 3

É verdade que já se cometeram e se cometem muitas atrocidades em nome de religiões. Mas é inegável também que os maiores avanços da humanidade em direção à paz e à justiça tiveram motivação religiosa, assim como os clamores atuais neste sentido. Por isso, essa questão do estado laico precisa ser examinada com muito carinho.

Do que tenho lido sobre o assunto, transparece uma idéia ainda muito fluida e imprecisa. Os que a propõem, evidentemente, querem fugir dos horrores promovidos por nossa civilização ocidental chamada cristã, pelo estado de Israel que se confessa judeu, pelos diversos grupos que pretendem ser fiéis ao islã e, no caso específico do Brasil, por essa esquizofrenia autodenominada frente parlamentar evangélica, só para citar os exemplos mais gritantes.
Entretanto, nestes casos, respeitáveis líderes das religiões em questão têm sido enfáticos em afirmar que seus verdadeiros princípios não justificam tais práticas, mas, ao contrário, as condenam. Com ênfase também, criticam os homens de estado que lançam mão de símbolos e valores de suas religiões, distorcendo-os, para convencer os pouco esclarecidos a apoiar seus propósitos eminentemente políticos, encantados com o fascínio que sobre estes exercem esses elementos.
Parece-me, portanto, que o problema não consiste no fato de as organizações religiosas, cidadãs que são, com seus direitos e deveres cívicos, proponham-se a aperfeiçoar o estado com seus valores, mas em que homens de estado metam-se a manipular conceitos religiosos para impor seus propósitos em si mesmo insustentáveis.

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