JÓ de Uz - 8
Por que é que os
infelizes
continuam vendo a luz?
E por que deixar viverem
os que amargam uma cruz?
continuam vendo a luz?
E por que deixar viverem
os que amargam uma cruz?
Só esperam sua
morte;
ela teima; e não vem;
muito embora a desejem
muito mais que aos bens que têm!
ela teima; e não vem;
muito embora a desejem
muito mais que aos bens que têm!
- Jó 3.20-21
Sinta o amargo sabor que abalou o
pesado silêncio que tomara conta de Jó e seus amigos: capítulo 3.
Talvez no Oriente
antigo não houvesse anúncio que agradasse mais a uma família do que este: “Já nasceu! Nasceu um homem!”. Entretanto, o sofrimento de Jó era
tão profundo a ponto de desejar ardentemente que não houvesse existido o dia em
que alguém dissera isso a seu respeito, ou que tivesse nascido morto, ou
morrido ao nascer. E que assim acontecesse com todos os infelizes.
Não foram palavras
impensadas, mas proferidas após sete longos dias e noites de reflexão, e
certamente também de oração, como aconselhava a milenar sabedoria. Que
diferença comparadas com as que dissera ainda sob o impacto do anúncio das
catastróficas desgraças que o atingiram e diante da mulher que o importunava:
Se, de Deus, nós recebemos
coisas boas, sem contagem,
coisas boas, sem contagem,
por que não também desgraças,
sim, podermos aceitar?
sim, podermos aceitar?
Pesando melhor suas
dores, nem os dias de abundante prosperidade serviriam para compensar seus
gemidos de agora. Poderia até conformar-se com seu infortúnio particular, se
fosse da vontade de Deus, mas percebeu que se igualara a todos que amargam uma cruz, os presos e os escravos entre eles, para os quais a
própria morte pesaria menos do que a existência que suportavam.
Essa amarga percepção,
comum à toda literatura sapiencial bíblica, de um viver pior que a própria
morte faria bem se considerada por aqueles que advogam a preservação da vida de
quem sofre horrores a qualquer custo. Do mesmo modo, a perversidade dos que
submetem seres humanos a situações assim degradantes seria considerada bem maior
do que a de qualquer assassino.
Mas o que você diria a
um irmão ou irmã, amiga ou amigo, que viesse com semelhante conversa para seu
lado? A discussão está apenas começando.
Segue: Ninguém há que me socorra
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