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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

A dimensão tácita


O DEUS da Criação 09
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder,
 como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem,
desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.

Romanos 1.20
Seria o conhecimento tácito apenas uma forma a mais de saber, ao lado do científico e do teológico? Michael Polanyi, um cientista que dedicou desde cedo toda sua longa vida a observar as coisas criadas e produziu respeitadíssimos trabalhos nos campos da física, ciências sociais e economia e enveredou pela filosofia, pensa diferente. Para ele, “o pensamento tácito forma uma parte indispensável de todo conhecimento”. Suas ideias inovadoras a respeito encontram-se no livro The Tacit Dimension, publicado em 1966.
Parte do fato já sabido desde a antiguidade, de que “podemos saber mais do que podemos dizer” (we can know more than we can tell), o que não implica que não possamos pôr em prática ou transmitir de alguma forma além do que em simples palavras; isto é, só mesmo praticando, executando. O termo mais apropriado seria interagindo, no caso de coisas inanimadas, e convivendo, tratando-se de seres vivos, animais ou humanos, pessoas, nossos semelhantes. Consequentemente, como simples crentes ou teólogos, poderíamos concluir ser verdade também com relação àquele mediante cuja imagem e semelhança fomos criados: não haveria outro meio de conhecer ou apresentar adequadamente a Deus a não ser pela vivência. De modo que a bíblia deve ser examinada como uma coletânea de testemunhos a respeito dessa convivência, mas muitos a tomam equivocadamente como um simples discurso pouco fundamentando sobre a divindade sem muito valor científico.
Este fato nos leva muitas vezes a questionar o que outros pregam a respeito do criador que não está de acordo com nossa própria experiência. Foi o caso de Jó, que confrontou as palavras dos sábios porque contradiziam o que via com seus próprios olhos e sentia em seu próprio corpo. Certamente seria também o caso das crianças e pessoas sem instrução, que ignoram na prática a opinião dos sábios e instruídos, por confiarem mais na própria vivência do que em palavras ocas, principalmente quando estes negam seus complicados argumentos com os frutos que produzem.
É impressionante o quão perto pode chegar do ensino bíblico um cientista que perscruta as coisas criadas com o propósito de aprender e não de simplesmente tirar proveito delas. Confirmam-se as palavras do apóstolo. É o que continuaremos examinando.

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