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"Creio que o homem e o mundo são governados por leis naturais.
Creio que a ciência integrou o homem no Universo, alargando a unidade, e neles criando, assim, modesta e sublime simpatia para com todos os seres de quem, como o 'Poverello', se sente irmão.
Creio que a ciência, estabelecendo a inateidade do amor, como a do egoísmo, deu ao homem a posse de si mesmo, os meios de se transformar e de se aperfeiçoar.
Creio que a ciência, a arte, a indústria hão de transformar a Terra em paraíso para todos os homens, sem distinção de raça, crenças, nações – banidos os espectros da guerra, da miséria, da moléstia.
Creio que ao lado das forças egoístas – a serem reduzidas a meios de conservar o indivíduo e a espécie – existem no coração do homem tesouros de amor que a vida em sociedade sublimará cada vez mais.
Creio nas leis da sociologia, fundada por Augusto Comte, e por isso, na incorporação do proletariado e das nações consideradas sem civilização à sociedade moderna – para que possam todos fruir dos benefícios da ciência, da arte, da indústria.
Creio que a missão dos intelectuais é, sobretudo, o preparo das massas humanas desfavorecidas, para que se elevem, para que se possam incorporar à sociedade.
Creio que, sendo às vezes os interesses da ordem incompatíveis com os do progresso, cumpre tudo resolver à luz do amor.
Creio que a ordem material deve ser mantida, sobretudo por causa das mulheres, a melhor parte de todas as pátrias, e das crianças, as pátrias do futuro.
Creio que, no estado de ansiedade atual, a solução é, deixando o pensamento livre como a respiração, promover a 'liga religiosa' – convergindo todos para o amor, o bem comum, postas de lado as divergências que ficarão em cada um como questões de foro íntimo, sem perturbar a esplêndida unidade – que é a verdadeira felicidade.
Cândido
Mariano da Silva Rondon
(aluno
de Benjamin Constant e formando da Escola Superior de Guerra,
participou ativamente do movimento positivista,
que
articulou, proclamou e consolidou nossa República)