JÓ de Uz - 14
Percebe-se nos capítulos 15-17 que os
amigos já haviam desistido de consolar ou aconselhar Jó e se limitavam a censurar
duramente sua postura, batendo sempre na mesma tecla: o terrível destino dos
maus, descrito cada vez com mais exagero.
Diante da teimosia do interlocutor,
Elifaz decidiu apresentar credenciais muito valorizadas na época:
Com pessoas bem
idosas,
nós viemos aprender
tudo aquilo que sabemos,
antes de seu pai nascer.
nós viemos aprender
tudo aquilo que sabemos,
antes de seu pai nascer.
...
e moravam numa terra
sem influência de estrangeiro.
sem influência de estrangeiro.
Quando o argumento é
fraco, para convencer ouvintes e leitores, também em nossos dias apela-se para
argumentos supostamente convincentes, como palavras difíceis, linguagem
rebuscada, tom ameaçador, provas pseudocientíficas, diplomas, títulos,
premiações e publicações de quem fala ou citações de autores que possuam. Já,
apresentar-se como porta-voz de Deus chega a ser o argumento mais abusado:
O que vamos já falar
é em nome do
Eterno,
delicados, com você.
delicados, com você.
Jó ridicularizou tais credenciais:
Se estivessem em
meu lugar,
eu também bem poderia
lhes dizer a que estão.
Menearia a cabeça,
com jeitão de sabichão,
lhes dizer a que estão.
Menearia a cabeça,
com jeitão de sabichão,
e eu, então, os pisaria
com palavras – um montão.
com palavras – um montão.
Por fim, depois de uma breve e
emocionante descrição de como seus semelhantes o oprimiam pelo simples fato de
estar sofrendo, declarou onde esperava encontrar socorro:
Eu bem sei que,
advogado,
lá no céu, já tenho um,
e que vai me defender.
e que vai me defender.
Pois, lá se foram esperanças que, no
coração, moraram!
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(O livro de Jó em trovas do Prof. Josê Alaby
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