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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Jeitão de sabichão

JÓ de Uz - 14
Percebe-se nos capítulos 15-17 que os amigos já haviam desistido de consolar ou aconselhar Jó e se limitavam a censurar duramente sua postura, batendo sempre na mesma tecla: o terrível destino dos maus, descrito cada vez com mais exagero.
Diante da teimosia do interlocutor, Elifaz decidiu apresentar credenciais muito valorizadas na época:
Com pessoas bem idosas,
nós viemos aprender
tudo aquilo que sabemos,
antes de seu pai nascer.
...
e moravam numa terra
sem influência de estrangeiro.
Quando o argumento é fraco, para convencer ouvintes e leitores, também em nossos dias apela-se para argumentos supostamente convincentes, como palavras difíceis, linguagem rebuscada, tom ameaçador, provas pseudocientíficas, diplomas, títulos, premiações e publicações de quem fala ou citações de autores que possuam. Já, apresentar-se como porta-voz de Deus chega a ser o argumento mais abusado:
O que vamos já falar
é em nome do Eterno,
delicados, com você.
Jó ridicularizou tais credenciais:
Se estivessem em meu lugar,
eu também bem poderia
lhes dizer a que estão.
Menearia a cabeça,
com jeitão de sabichão,
e eu, então, os pisaria
com palavras – um montão.
Por fim, depois de uma breve e emocionante descrição de como seus semelhantes o oprimiam pelo simples fato de estar sofrendo, declarou onde esperava encontrar socorro:
Eu bem sei que, advogado,
lá no céu, já tenho um,
e que vai me defender.
Pois, lá se foram esperanças que, no coração, moraram!
Segue: Meu defensor está vivo



(O livro de Jó em trovas do Prof. Josê Alaby 

está disponível nas lojas Amazon em forma digital 
sob o título – clique - JÓ de Uz)

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