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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

sábado, 28 de outubro de 2017

Pode alguém dar lições a Deus?

JÓ de Uz – 18



Por acaso alguém pode dar lições ao Deus-Poder,
que ’té julga os celestiais?! Alguns homens podem ter
vida alegre e tranquila e, bem ricos, vão morrer
com saúde e muita força. Ao contrário, vamos ver
outros que nunca provaram um momento de alegria,
e, assim, falecem eles de amargura e agonia.
Jó 21.22-25

O Terceiro Diálogo – Jó 22-27 - deve ser lido sob o impacto do último abalo causado por Jó na antiga sabedoria, ao declarar não perceber qualquer relação que pudesse existir entre o sofrer e o mau procedimento.

De fato, se aplicarmos o mesmo método dos antigos sábios, isto é, observarmos com atenção o que acontece a nossa volta, certamente concordaremos com nosso protagonista. Temos a sensação de que os perversos são exatamente os que mais prosperam e chegamos a nos surpreender quando honestos e bons conseguem alguma coisa. Guerras, catástrofes, enfermidade e todo tipo de infortúnio que conhecemos alcançam tanto os maus como os bons, sendo até mesmo os inocentes que mais sofrem.

Por outro lado, fica evidente que premiar o subalterno que lhes é fiel e castigar o que não os favorece é próprio dos poderosos deste mundo. Deus trabalha de outra maneira, simplesmente porque seus propósitos não são os mesmos, tão diferentes quanto servir e servir-se; muito parecidos, mas diametralmente opostos.

É fundamental apropriar-se dessa verdade, ainda que parcial, para estarmos em condições de nos beneficiar das próximas falas, com novas vozes importantes, e respostas realmente significativas. Deus também vai falar, e agir.

Este Terceiro Diálogo, mais curto que os outros, encerrou o debate entre os quatro amigos como uma espécie de síntese do pensamento dos interlocutores. Os três consoladores lançaram mão de seus últimos argumentos para convencer o inflexível paciente de uma verdade para eles inquestionável desde o início:
Se o Eterno o castiga, pra prestar-Lhe contas, chama,
a razão não é porque, com temor, você O ama,
mas é, sim, porque você, ah! pecados cometeu
Jó, ao contrário, apresenta o desfecho de reflexões que foram evoluindo no transcurso de suas falas. Por isso, necessita maior atenção e delas trataremos na próxima postagem.


Segue: Fé teimosa



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sob o título – clique - JÓ de Uz)

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