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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Entendes o que lês?

 


Um anjo conduziu Filipe até um etíope, que não era judeu, muito menos cristão. Este lia uma passagem de Isaías. Filipe lhe perguntou:

- O senhor entende o que está lendo?
- Como posso entender se ninguém me explica?

...
Então, começando com aquela parte das Escrituras,
Filipe anunciou ao funcionário a boa notícia a respeito de Jesus

Atos 8.31, 35

Todo saber transmitido em primeira mão pelo livro da natureza que a humanidade vem acumulando há séculos é repassado de geração a geração basicamente através de três mídias: a prática, a palavra oral e a escrita, que constituem verdadeiras traduções e interpretações do que foi lido na primeira mensagem, sujeitas a todos os equívocos que esse processo envolve e exigindo igualmente profundo conhecimento das regras que regem a linguagem original.

O positivismo, que marcou profundamente nossa república, foi apenas uma delas. A diversidade de conhecimento supostamente baseado em leis naturais que hoje se nos oferece é tão desencontrada, de modo que muito pouco pode ser de fato confiável. Só tem uma coisa a fazer: conferi-lo a partir de sua origem remota, a natureza.

Examinando, na medida do possível, o saber acumulado pelas culturas mais primitivas de que temos notícias, percebemos que já incluía três domínios, se é que podemos chamar assim: o divino, o natural e o humano. Entretanto, ainda não estabelecia uma fronteira muito definida entre um e outro, como insistimos em fazer hoje. Ao distingui-los, surge uma questão: a qual deles pertence o saber? Quem ensina quem?

Temos nos referido ao conteúdo desse compêndio volumoso como Revelação Natural, porque consideramos ser Deus quem se revela por meio de sua Criação. Não deve ser confundida com Teologia da Natureza nem com Teologia Natural. É verdade que na prática estas três designações se inter-relacionam, mas propomos uma distinção para tornar mais claro o território em que nos movemos.

Na Teologia Natural o saber seria algo inerente ao ser humano; a natureza, o objeto de seu conhecimento, através da qual se poderia chegar a um deus e seu papel com relação à ela, se houvesse necessidade de algum. Nesta ordem: ser humano> natureza> deus. O positivismo seria deste tipo.

A Teologia da Natureza aprenderia sobre sua Criação a partir das Escrituras sagradas, o livro da Revelação, a Palavra de Deus. Assim: Deus> ser humano> natureza.

Segundo nossa concepção de Revelação Natural, o próprio Deus se revela na Criação, sem prejuízo de sua Palavra registrada nas Escrituras, esta com um propósito específico: a Salvação. Deste modo: Deus> natureza> ser humano. Não existem fronteiras, mas apenas um saber, todo domínio é simplesmente divino.

Nas próximas postagens refletiremos sobre as implicações dessas posturas.

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