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Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Teologia Natural – TUDO BEM?

 

Diz o insensato no seu coração: 
Não há Deus.
Salmo 14.1

Para não confundir Revelação Natural, tema recorrente deste blog, com Teologia Natural, diríamos que nesta o saber seria algo inerente ao ser humano; a natureza, o objeto de seu conhecimento, através da qual se poderia chegar a um deus e seu papel com relação à ela, se houvesse necessidade de algum. Nesta ordem: ser humano> natureza> deus.

São tantas as teorias que se enquadram nessa designação e seria enfadonho, se não simplesmente inútil, apenas nomeá-las. Em todas, o ser humano se apresenta como o todopoderoso que deve dominar e dar sentido à natureza, como se ela já não o trouxesse em sua própria essência, ficando inclusive em aberto a utilidade ou não de um deus. Começa por aquelas que o rejeitam totalmente, pois seria um entrave aos projetos próprios. E vai até as que lançam mão de todos os recursos para produzir provas de sua existência.

Os que defendem estas últimas geralmente se consideram crentes esforçando-se para convencer os que não são. Mas, imagine a seguinte situação: dois amigos estão num navio que começa a naufragar; um deles se recusa a acreditar no que está acontecendo, pois perturbaria a maravilhosa e dispendiosa viagem que ele conseguira tornar realidade; o outro examina bem a situação e conclui que de fato a embarcação está indo a pique; expoe então ao amigo com a maior clareza possível as evidências que o levaram àquela conclusão.

O absurdo dessa estória é que a presença de Deus neste mundo é talvez mais fácil de ser percebida pelo ser humano, do que os passageiros de um navio se darem conta de que ele afunda; e quem faz questão de ignorar a divina presença é ainda mais insensato de quem se recusa a aceitar que está a submergir. Mas, na situação que imaginamos, você que é crente, que diria para seu amigo? A única coisa a fazer é não dizer nada, e tratar de salvá-lo. Com certeza, se houver uma próxima vez, ele vai estar mais atento.

Mas na vida real nossa estória pode acontecer invertida: muitos que percebem claramente o barco afundando têm dúvidas sobre a existência de Deus, exatamente porque os que a defendem procuram convencê-los de que, ao contrário, tudo vai bem. Neste caso, será o incrédulo que acabará salvando você.

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