Enquanto
o mundo existir, sempre haverá semeadura e colheita,
frio e
calor, verão e inverno, dia e noite."
Gênesis
8.22
Pode
ser que eu fique algum tempo com vocês, talvez todo o inverno,
e
assim vocês poderão me ajudar a continuar a minha viagem
para
onde quer que eu for.
1
Coríntios 16.6
Fiel como sempre, a natureza nos proporciona mais um inverno a partir desta semana. Apesar de o clima continuar meio desagradável, o sol vai aparecer cada dia mais cedo, elevando-se pouco a pouco e desaparecendo mais tarde: dias mais longos, noites mais curtas. No final, mais claridade e calor, menos trevas, menos frio.
Meio parecido com o clima sócio-político-econômico deste ano: ainda muito hostil ao cidadão comum, mas um pouco menos confuso; as forças políticas mais positivas, que pareciam meio adormecidas, começaram a se movimentar no sentido de reaquecer nossa esperança.
No ambiente natural, a chegada da estação seguinte, a primavera, é mais que uma esperança, uma certeza, com tudo o que ela traz de bom, bonito e agradável: os frutos, as flores, os pássaros, seus sabores, suas cores, suas melodias... o amor, diria o poeta. Para acontecer dessa maneira, não somente o sol, mas também o ar e as águas comportam-se nas alturas sempre da maneira correta, mas não basta.
Decisivo é o trabalho realizado paralelamente no subsolo, pelas minhocas e seus minúsculos colegas. Ninguém os vê, ninguém elogia, aplaude ou curte. Às vezes são notados pelos agricultores, seus companheiros da superfície, mas retornam rápido ao anonimato. O meio-ambiente como um todo, em comum, proporciona-lhes todo o necessário para que concluam sua tarefa com perfeição.
No ambiente sócio-político-econômico, para além da atmosfera também só existe espaço para os grandes astros. Abaixo destes, uma multidão disputa às cotoveladas visibilidade, plateia, elogios, aplausos, seguidores, curtições..., amores duvidosos, tendo ou não a oferecer uma contribuição positiva. No subsolo, uma multidão quase anônima se desdobra em suas tarefas, sem receber o mínimo necessário para produzir a riqueza comum de que todos logo acima dependem e reclamam.
Seus idosos não se tornam menos produtivos ao passar a perceber uma aposentadoria; mas sua produtividade diminui com o agravamento das dificuldades próprias do envelhecimento, em grande medida decorrentes dos maus tratos sofridos quando ainda produziam bastante.
Neste ambiente também, é o trabalho coletivo e anônimo realizado hoje no subsolo que formatará a estação que vai suceder esse ano invernal. Talvez você precise descer ao anonimato, ou amparar de alguma maneira os que lá se encontram, para gerar a primavera que os novos idosos do futuro estão precisando: melhor, mais bonita e agradável... amor verdadeiro.
Até lá, o que temos mesmo é o Cobertor público, a seguir.
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