Translate

Porventura, creu nele alguém dentre as autoridades ou algum dos fariseus?
Quanto a essa plebe, que nada sabe da lei, é maldita... (João 7.48-49)

quarta-feira, 2 de junho de 2021

É pra hoje

Envelhecimento 01

Sempre haverá pobres e necessitados no meio do povo,
e por isso eu ordeno que vocês sejam generosos com todos eles.

Deuteronômio 15.11

A pandemia vai passar, todos esperam. Então tudo voltará a ser como antes? Lembra-se como era? Quer mesmo que volte? Se tivesse sido um pouco diferente, talvez o hoje não fosse tão tenebroso. Por isso, todo mundo quer saber o que faltou fazer ou foi feito errado ontem, apontar os culpados, remediar o que for possível, etc.

Do mesmo modo, como vai ser o amanhã, depois da pandemia, depende também do que está sendo feito, ou não, agora: É pra hoje.

Como ficará o problema da fome no Brasil? Do desemprego, da violência, da educação, da saúde? Para que ninguém se sinta excluído e pense na possibilidade de cair fora, consideremos uma situação que nunca foi fácil encarar, que tende a piorar e da qual ninguém escapa, nem deseja fazê-lo: a velhice.

O artigo 230 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, já determinara:

A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.

Entretanto, mesmo com a promulgação da Política Nacional do Idoso, em 1984, e do Estatuto Nacional do Idoso, em 2003, muito pouca coisa significativa foi feita de concreto até agora. Enquanto isso, a expectativa de vida, que em 1900 era de 33,7 anos e 43 em 1950, crescia aceleradamente: em 1990 saltara para 65 anos; em 2000, pulou para os 70 anos e em 2017, para 76, e não deve desacelerar tão cedo.

Tem mais: à medida que se amplia a expectativa de vida, cresce também a proporção de idosos com relação à totalidade da população: em 2018, em cada 100 brasileiros, apenas 13 haviam passado dos 60. As projeções dos especialistas indicam que em 2043, quando quem tem hoje 37 anos ou mais chegar lá, serão 25 para cada 100, ou seja, a proporção de idosos praticamente dobrará em apenas um quarto de século

É compreensível que até o final do século passado a velhice tenha despertado pouca atenção dos brasileiros, pois apenas em 1990 a expectativa de vida atingiria os 65 anos, idade média em que se agravam as dificuldades próprias da idade avançada. Os idosos eram relativamente poucos e seus problemas não pareciam tão mais graves comparados com os que acometiam toda a população, numa época em que tudo era mais difícil.

O fenômeno emergiria na virada do século como a ponta de um iceberg, prognosticando um enorme rombo no casco do navio da Previdência e outro nas contas do Sistema de Saúde. Mas a amplitude e a natureza da montanha submersa ainda está para vir à tona, pois os estragos nos transtornos relacionados à velhice deverão ser muito mais sérios do que um arranhão nas finanças públicas. Ou Finanças comuns? - Nosso próximo assunto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário